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Marcha pacífica na maior parte do tempo

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Rafael Barbosa, Ricardo Araújo, Roberto Lucena e Sara Vasconcelos – Repórteres

O “Dia Nacional de Lutas Contra o Aumento das Passagens em Defesa dos Transportes Públicos e Pelo Passe Livre”, em Natal,   ficou marcado por duas situações distintas: de um lado, milhares de manifestantes foram às ruas protestar pacificamente, do outro, um grupo formado por cerca de cinquenta pessoas, sob o anonimato garantido por máscaras e camisetas sobre o rosto, promoveu desordem, violência e depredação de prédios públicos e particulares. A manifestação durou cinco horas e terminou com os manifestantes sendo dispersos pelo BP Choque da Polícia Militar (PM).
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#SAIBAMAIS#Marcada através das redes sociais, pelos participantes da #RevoltaDoBusão, a passeata de ontem, segundo a PM e Polícia Rodoviária Federal (PRF), contou com um público de 15 mil pessoas, no entanto, os manifestantes acreditam que esse número pode ter sido o dobro. O protesto estava marcado para começar às 17h, contudo, uma hora antes, as vias principais e marginais da BR-101 já estavam ocupadas nas  proximidades do shopping Via Direta.
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A diversidade de públicos era nítida. Diferente de outras edições da #RevoltaDoBusão –  onde a maioria dos manifestantes era composta por estudantes –, ontem, havia simpatizantes de outras causas e o protesto não estava restrito à exigência da redução da tarifa do transporte público. Aliás, palavras de ordem comuns nos outros protestos, como “Vem pra rua, contra o aumento” ou “Quem não pula, quer aumento”, pouco foram ouvidas durante a tarde de ontem.

Por volta das 17h, o grupo começou a caminhada com direção ao shopping Midway. Logo no início, o primeiro sinal de que o encontro seria tenso. Membros de entidades estudantis, políticos e partidários que levaram bandeiras foram hostilizados pelo restante do público. “O povo unido, jamais será partido”, gritava a multidão. “Abaixa essa bandeira e levanta a do Brasil”, era outra ordem recorrente. Não demorou para o grupo partidário abandonar o protesto.

O fluxo de pessoas seguiu pacificamente pela BR-101. Em nenhum momento houve a presença de policiais. A avenida estava livre e ocupada pelo povo. O hino nacional era cantado constantemente. O orgulho de ser brasileiro e ocupar as ruas para protestar contra “políticas contrárias ao bem comum” era visível nos rostos da maioria das pessoas.  Ao passar pelo viaduto do Quarto Centenário, um grupo abriu uma gigante bandeira do Brasil que, visto de longe, enquadrava o público que passava embaixo do elevado.

Tudo corria tranquilamente, apesar de alguns eventos isolados no colégio Contemporâneo e supermercado Nordestão. Os atos de vandalismo, aliás, eram reprimidos de imediato pela maioria dos manifestantes. Porém, apesar dos gritos de “Sem vandalismo” e “Ei, seu imbecil, você mancha o Brasil”, o grupo de desordeiros não se conteve.

A investida mais violenta aconteceu no shopping Midway. Pedras, tijolos, bombas e outros objetos foram arremessados contra a porta de vidro que dá acesso ao estabelecimento pela avenida Bernardo Vieira. A vidraça da loja Miami Imports, também no shopping, foi quebrada. A ação dos vândalos foi controlada pelos demais manifestantes. Não havia polícia no local. Alguns estudantes formaram uma espécie de cordão de isolamento no local. Mesmo assim, os mais exaltados jogaram novas pedras.

A partir desse ponto, o caráter pacífico do movimento foi maculado. Na avenida Prudente de Morais, mais vandalismo. A reportagem presenciou brigas e pelo menos um furto no meio da multidão. “Fui assaltada. Roubaram minha corrente de ouro”, gritava uma jovem que preferiu não se identificar.

O fim da manifestação foi ao lado do Centro Administrativo, com a ação do BP Choque da PM. Aqueles que cometeram atos de vandalismo foram dispersos com balas de borracha e bomba de gás lacrimogênio.

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