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Marise Reis: “Estamos conseguindo identificar todos os casos?”

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Entrevista com: Marise Reis, infectologista e participante do comitê da UFRN



#SAIBAMAIS#A ocupação de leitos públicos cresceu rapidamente na semana passada, passando de 23% de ocupação para 43% em 5 dias. Ainda há leitos disponíveis, mas parte deles não podem ser utilizados porque são reservados para crianças e grávidas com coronavírus. Qual a saída para atender pacientes que não se encaixam nessas faixas?
A saída é a contratação das redes privadas. Há a necessidade da rede privada entrar dentro dessas reservas de leitos para o SUS porque na hora que eu tiver um número grande de casos, os leitos de UTI dos hospitais privados podem ser uma saída. Não tem porque a gente está com a rede pública completamente saturada e os hospitais privados não estarem ocupados. Nesse momento não está havendo cirurgias, e as cirurgias é que fazem o grande movimento na rede privada. Se nesse momento não há ocorrência de cirurgia eletiva, eu tenho leitos tanto de enfermaria quanto de UTI disponíveis. É importante que eles sejam disponibilizados para atender a epidemia na hora em que o Estado necessitar.
E como está a situação da ocupação dos leitos reservados para crianças, bebês e grávidas?
Não está havendo uma pressão desses leitos nesse momento. A expectativa é que a ocupação desses leitos aconteça numa fase mais avançada da epidemia, quando houver um número maior de casos mesmo.
Quais fatores explicam a melhor situação do Rio Grande do Norte se comparado com a situação de Estados próximos, como Pernambuco e Ceará?
Estamos numa situação melhor porque nós paramos antes. O Rio Grande do Norte parou muito precocemente e naquele momento existia uma grande dúvida do comitê se era hora de parar ou não. Isso fez com que o vírus desacelerasse de uma forma muito significativa. Mas parar precocemente significa que as pessoas cansam mais cedo, também. Na semana santa, a gente possivelmente teve um movimento para o interior, por exemplo, e isso nos preocupa. Mas estamos sempre alertas a uma possível incógnita a essa nossa melhor situação e questionamentos: será que estamos conseguindo identificar todos os casos? Existem mais óbitos do que estamos conseguindo registrar?
A mudança do decreto estadual teve participação do comitê técnico. Por que o comitê decidiu alterar o decreto, já que a preocupação com o aumento da doença cresce a cada dia?
O decreto regulamenta atividades que não estavam paradas pelo primeiro decreto, mas que deixou a dúvida em muita gente. É o caso das óticas, por exemplo. No entanto, existem alguns estabelecimentos que não fizeram parte de sugestões do comitê, como a abertura de salões de beleza. Foram sugestões de outros setores. Mas o que quero destacar é: se a população seguir à risca o que está no decreto, manteríamos uma situação de conforto. Até 60% daria conta da pandemia. O problema é que as pessoas não estão seguindo o decreto. Eu vejo bares abertos, com pessoas jogando sinuca. Serviços que não deveriam estar abertos, estão abertos. As pessoas precisam assumir o seu papel porque essa é uma questão de cidadania.
Óbitos  – Número de novas mortes por dia nos últimos 19 dias no RN:
8 de abril: 3 mortes
9 de abril: 0 mortes
10 de abril: 0 mortes
11 de abril: 2 mortes
12 de abril: 2 mortes
13 de abril: 3 mortes
14 de abril: 1 morte
15 de abril: 1 morte
16 de abril: 3 mortes
17 de abril: 1 morte
18 de abril: 2 mortes
19 de abril: 1 mortes
20 de abril: 1 morte
21 de abril: 1 morte
22 de abril: 5 mortes
23 de abril: 4 mortes
24 de abril: 2 mortes
25 de abril: 4 mortes
26 de abril: 1 morte
27 de abril: 3 mortes
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