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Martins: alquimia de temperos

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SABOR -  A cidade de Martins realizou novamente o Festival Gastronômico

Tádzio França e Rafael Duarte – repórteres

O grande caldeirão cenográfico instalado na praça central de Martins já sugeria que a terceira edição do Festival Gastronômico e Cultural da cidade seria bastante apetitosa. E foi. Todas as alquimias entre temperos, molhos e carnes couberam no caldeirão da cidade, deliciando e também ensinando quem passou pelos restaurantes e pelas oficinas que foram ministradas no local.

Degustações, refeições, oficinas e minicursos foram os ingredientes principais da programação gastronômica do evento, reunindo gourmets, curiosos e bons de garfo em geral — na maioria, turistas natalenses. Centralizando a atenção de todos os paladares, esteve o concurso gastronômico, do qual participaram cinco restaurantes de Natal. Ao todo, 13 restaurantes estiveram presentes no evento, entre concorrentes e participantes.

Por mais um ano, o vencedor do concurso foi o chef Eugênio Cantídio, que arrebatou os paladares da comissão julgadora com a receita ‘costelas de cordeiro da serra’. Eugênio, que atualmente se dedica apenas à consultoria gastronômica, concorreu representando o próprio nome através da Tenda do Chef — espaço cedido pelo evento ao vencedor do ano passado. Cantídio recebeu o troféu “Prato do Ano” e um quadro do pintor Vatenor Oliveira.

Os outros dois lugares premiados foram o La Tavola, com o seu ‘lombo de cordeiro serrano’, em segundo lugar, e o Paçoca de Pilão, em terceiro, com o ‘carneiro da serra’. Também participaram da competição os restaurantes Cururu a Pé, com o risoto de rã, e o Piazzale Itália com um ‘ravioli de cordeiro com damascos e manteiga de trufas’. O júri avaliou os pratos pelos quesitos apresentação, aroma e sabor, harmonia dos ingredientes, e criatividade.

Segundo Luciana Fontes, coordenadora de Turismo e Hospitalidade do Senac/RN, foi uma coincidência interessante o fato de quatro dos restaurantes concorrentes terem feito receitas com carne de cordeiro. “Pura coincidência. O tema deste ano foi livre, nada foi imposto. Acho que os chefs acharam que cordeiro tinha a ver com o clima serrano, e apostaram nessa carne. Mas cada um, ao seu modo, foi bastante original”, explica. 

Um tempero a mais na programação gastronômica, foram os telões espalhados pela praça que transmitiam a movimentação na cozinha da Tenda Senac, onde realizavam-se as eliminatórias do concurso e as oficinas — quem esteve por lá pôde tomar algumas lições sobre risotos, massas, sobremesas, carnes nobres, avestruz, e frutos do mar. 

Cardápio cultural teve sabor de forró e MPB

Quem foi a Martins pensando em comer saiu com o gosto do cardápio cultural da cidade. Se o festival serviu bem, à noite, com música, cinema e artes plásticas, antes do sol descer a serra o turista pôde conferir um pouco da história da cidade no museu e na Casa de Cultura Popular. Isso sem falar nos três mirantes que oferecem uma das vistas mais belas do Rio Grande do Norte.     

A programação oficial, ao contrário do à la carte servido nos restaurantes que concorriam ao prêmio principal na Rua da Gastronomia, o self-service musical foi dividido entre a praça e um outro palco a 100 metros de distância. De um lado, a música instrumental e a MPB de gente boa como Antônio de Pádua, Diogo Guanabara, Krhystal, Carlos Zens e Rodolfo Amaral. Do outro, o forró pé-de-serra cantado e interpretado por Roberto do Acordeon, As Potiguaras e Isaque Galvão. Tudo produção potiguar. O critério da divisão acabou afastando, indiretamente, a maioria dos turistas do forró e a população local da MPB. 

O flautista Carlos Zens conseguiu armar uma ciranda em frente ao coreto que serviu de palco na praça e gostou do evento. Mas viu a divisão de outra forma. “Acho que cada um teve a oportunidade de escolher o que quis ouvir. Sei que vou descer a serra tranqüilo. Feliz da vida. Foi muito bom tocar aqui, o pessoal participou muito”, disse no sábado.

Na praça, o som também servia o ambiente dos turistas empacotados pelo frio que bateu, principalmente na sexta-feira. Por conta dele, na passarela de Martins, viu-se de sobretudos a cachecóis. Mas se alguns exageraram no modelo, nada superou uma máquina de neve artificial instalada numa das árvores da praça de alimentação.

Ainda disputavam a atenção do público da cidade e das cidades vizinhas, e ainda quem subiu a serra, o Espaço do Artista Potiguar, galeria de artes plásticas climatizada instalada na praça; e a 2ª Mostra de Cinema de Martins, realizada no Circo da Luz.

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