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Marun retira pedidos de indiciamento

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Brasília (AE) – Após pressão, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), decidiu retirar de seu parecer final os pedidos de indiciamento contra o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e seu ex-chefe de gabinete, o procurador Eduardo Pelella. Para tentar aprovar o texto, Marun decidiu transformar o pedido de indiciamento em recomendação para investigação. Mesmo assim, a votação do relatório ficou para hoje.

A mudança contou com atuação direta do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Eu revi alguns pontos do relatório. Transformo os pedidos de indiciamentos dos senhores Eduardo Pelella e Rodrigo Janot em pedidos de investigação ao Ministério Público Federal. Tem gente que vai dizer que isso não vai dar em nada. Não penso assim. Foram fundamentais para a decisão que tomo as palavras da procuradora-geral da República Raquel Dodge”, afirmou Marun. O deputado toma posse hoje, no cargo de ministro da Secretaria de Governo no lugar do tucano Antonio Imbassahy em evento no Palácio do Planalto.

Na última terça-feira, a atual procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse vai analisar o relatório da CPMI da JBS. “Não me cabe fazer consideração sobre a intenção, o que posso lhes dizer é que quando receber documentos haverá análise adequada no momento oportuno”, afirmou a PGR. No mesmo dia, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), principal entidade da classe, também divulgou nota e repudiou as conclusões da CPMI atribuindo ao colegiado “parcialidade”.

“Não ouviu nenhum dos políticos que foram indicados como participantes do esquema da JBS. Mudou o foco completamente para investigar e retaliar apenas os investigadores, mostrando que tinha a intenção meramente política de defesa do governo”, afirma o documento, assinado pelo presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti. Marun também decidiu alterou uma sugestão para regulamentar a lei que trata de delação premiada.

A retirada dos pedidos de indiciamento era uma demanda de parlamentares do PSB, PDT, Solidariedade e PSDB. O grupo é minoria na Comissão Parlamentar de Inquérito e não possui os votos suficientes para barrar o parecer.

Marun admitiu que o fato de se tornar ministro do presidente Michel Temer foi levado em conta na hora de alterar seu parecer. “Não posso desconhecer o fato de que amanhã assumo como ministro de Estado da articulação. Sou daqueles que defendo a independência e harmonia entre Poderes como exigência do processo democrático. Não há como nós tentarmos avançar uma democracia se declarada está uma guerra entre poderes”, ponderou.

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