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MEC ‘congela’ aumento de vagas em federais

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Isabela Palhares

Com universidades funcionando em prédios alugados e déficit de professores, o Ministério da Educação (MEC) vai congelar nos próximos dois anos as vagas no ensino superior em universidades federais. Paulo Barone, secretário da Educação Superior, disse que a prioridade nos investimentos será para “assegurar a continuidade do processo de expansão que está em andamento”.
Paulo Barone é o secretário de Educação Superior do MEC
“A prudência recomenda que se consolide o processo de expansão que ainda está em andamento para depois planejarmos novos voos. Estamos trabalhando dessa forma, tentando honrar os compromissos com as instituições, no sentido de garantir o pleno funcionamento dos cursos que foram criados”, disse Barone.

As instituições federais, que são responsáveis por mais de 60% das matrículas de alunos de graduação na rede pública, vivem desde 2014 com o corte de verbas. Algumas maiores, como a Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enfrentam dificuldades para manter contas básicas em dia, como a de energia elétrica.

Algumas universidades criadas nos últimos cinco anos ainda buscam alternativas para conseguir manter as atividades e a oferta de novas vagas no próximo ano. A Universidade do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas, foi uma das que participou da expansão da rede, com a criação em 2013 de dois novos câmpus nas cidades de Unaí e Janaúba.
Universidades federais não terão novas vagas
Sem prédio próprio, os cerca de 900 alunos dessas unidades estudam em unidades que foram cedidas pelo Estado – a situação provisória deveria ter durado apenas um ano. “Reformamos as escolas, mas chegamos em um ponto que já não temos mais como receber novos alunos”, disse o reitor Gilciano Saraiva Nogueira.

Além da falta de espaço, Nogueira disse que a universidade ainda não sabe como garantir a continuidade dos cursos por falta de docentes. A primeira turma de alunos do bacharelado em Ciência Tecnológica terminou neste ano o ciclo básico de disciplinas e começa no próximo ano a especialização em Engenharia, mas não há professores para essa etapa. “Não vamos deixar esses alunos na mão. Pedimos ao MEC a liberação para contratar professores e funcionários. Se não for possível, vamos pedir a colaboração de professores de nossos outros campus, que ficam a mais de 400 km de distância”, disse.

O campus de Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas, criado em 2013, funciona em um prédio alugado, dividido com uma faculdade particular. Além do contingenciamento de 60% da verba, a obra enfrenta um imbróglio jurídico. “É um vexame para nós essa situação. Os alunos do curso de odontologia avançaram e agora não tem laboratório para as atividades que precisam”, disse Peterson Marco Andrade, diretor do campus.

Barone afirmou que o MEC vai contratar temporários e remanejar professores de outras unidades para garantir as aulas nessas universidades. Também informou que priorizou neste ano e no próximo recursos para as universidades que participaram recentemente da expansão de vagas. “Tratamos politicamente esses casos, priorizando os que têm situação mais aguda”, disse.

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