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Médico agrada por saber ouvir os pacientes

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A 14 quilômetros da capital, em Macaíba, o doutor Paulo – que preferiu não se identificar, porque ainda acha que está numa fase experimental do programa –  atende a população do distrito de Traíras, distante cerca de 20km do centro daquela cidade. Oito fichas são entregues toda manhã – e oito à tarde – pela equipe do posto de saúde da localidade. Os pacientes devem chegar bem cedo para conseguir as fichas. A média de chegada é 3h da madrugada porque senão não dá para conseguir a vaga em virtude da demanda.

O médico da unidade e um dos que atua no município pelo Mais Médicos – quatro profissionais eram esperados e houve uma desistência – diz chegar às 7h30 e só termina quando não há mais ninguém na fila de espera. No mais, uma parada para o almoço. Para o doutor Paulo, ninguém deve ficar sem atendimento.

Formado há 40 anos, sendo dez de experiência na atenção básica, o médico gosta de conversar. É sua maior característica. “O médico deve conhecer o paciente, saber ouvir. Infelizmente a fama de ganhar pouco e pra compensar ter de atender mais pessoas e mais rápido, é grande. Mas não é o correto. Até os pacientes estão tão acostumados com a prática que estranham quando me veem. Mas sou assim e não vou mudar”, afirmou o médico.

A média de atendimento do médico potiguar, formado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é de 30 minutos. Realmente vem trazendo estranhamento. “Ele demora muito, são mais de 30 minutos por consulta”, reclamou a estudante Jussara Alves, 17 anos. Ela esperava ser atendida; havia perdido a vez porque pela “demora” do médico, saiu do posto de saúde e quando voltou perdera a vaga. Ficou para o último atendimento.

Por outro lado, o tempo de atendimento é visto como positivo por outros. A dona de casa Maria José Pereira, 55, elogiou o doutor Paulo. “Gostei muito, ele foi o melhor que já passou aqui. Antes, o médico nem olhava pra mim. Esse médico conversa, examina. Médico que conversa e demora é bom”, avaliou, com uma receita de remédios e exames na mão. Ao lado, Antônio Trajano da Silva, 53, aposentado, marido de dona Maria, confirma: “O pessoal parece que tá gostando, é o que ouço”.

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