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Médicos batem ponto e saem para passear

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Sorocaba (AE) – Médicos contratados para dar expediente no Hospital das Clínicas de Botucatu, a 225 km de São Paulo, batem o ponto e não atendem os pacientes que lotam a sala de espera do hospital público. Eles voltam à rua para fazer compras, atender em clínica particular e até malhar numa academia de ginástica, enquanto os doentes esperam horas pelo atendimento. O Ministério Público de São Paulo vai investigar as irregularidades, mostradas ontem pela TV Globo. O HC está sob a administração da Secretaria da Saúde do Estado.

As imagens, captadas com uma câmera escondida, mostram o médico ortopedista Reinaldo Volpi, que recebe entre R$ 7 mil e R$ 8 mil mensais por uma jornada diária de oito horas, marcando o ponto no relógio digital às 7 horas da manhã e seguindo direto para uma academia de ginástica localizada no mesmo bairro do hospital. Uma hora depois, ele deixa a academia e vai para casa. De acordo com a reportagem, Volpi não cumpre a jornada porque tem outro emprego. Ele também é contratado para dar atendimento em um ambulatório do Sistema Único de Saúde (SUS), em plantões de quatro horas diárias, também não cumpridos integralmente.

O ortopedista só retorna ao Hospital das Clínicas às 15 horas para fechar o ponto no marcador digital. No dia em que foi acompanhado pela reportagem, ele não atendeu um paciente sequer. O médico otorrinolaringologista Emanuel Castilho também não cumpre a jornada de oito horas para a qual foi contratado. No dia 4 de agosto, ele marcou o ponto às 5h45 e quatro horas depois foi atender em sua clínica particular. No trajeto, passou por uma feira livre para comprar frutas, legumes e verduras. Às 14h55 ele voltou para o hospital para fechar o ponto.

A médica Lara de Toledo Curceli, que deveria trabalhar das 18 às 22 horas na central de vagas do hospital, também não foi encontrada no serviço. Ela justificou a ausência alegando que tem autorização da chefia para trabalhar em casa. O chefe de Lara é o próprio marido, Emílio Curceli, superintendente do Hospital das Clínicas. Ouvido na ocasião, ele disse que os casos de médicos que não cumprem o horário são isolados. “Não é uma prática corrente no hospital e não é uma prática tolerável”, afirmou.

 Em nota, a Secretaria informou que o Departamento Regional de Saúde de Bauru abriu sindicância para apurar a atuação da servidora Lara Toledo Martins Curceli. “A funcionária trabalha atualmente na regulação de vagas não urgentes, sendo responsável pelas autorizações de internação de pacientes em um grupo de hospitais da região. Trata-se de um serviço integralmente online”, informa a nota. “Caso seja constatada qualquer irregularidade, o DRS irá adotar as sanções administrativas cabíveis.

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