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Meditar pode regular o sistema nervoso e concentrar a mente

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Tádzio França
Repórter
À medida em que o estresse pandêmico se intensificou, muita gente passou a procurar diferentes alternativas para cuidar da saúde mental. Uma das opções crescentes tem sido a meditação, uma prática ainda muito associada a um estilo de vida “zen”, mas que pode ser facilmente incorporada ao cotidiano de qualquer pessoa. Meditar, que no conceito tibetano significa “familiarizar-se com a mente”, pode através de suas técnicas regular o sistema nervoso e concentrar a mente, ajudando no combate à ansiedade, depressão, medo, e distúrbios do sono. Pra começar, é só fechar os olhos e endireitar a coluna. 
Jornalista Roberta Maia aderiu de vez à meditação, há cinco anos.  Diariamente, dedica de 15 a 30 minutos para meditar, de preferência após algumas posturas de ioga
A produtora cultural Juliana Furtado medita desde a adolescência, influenciada por uma tia. Gostou da sensação da meditação que deu porque já buscava o autoconhecimento e sempre acreditou que havia mais para se ver do que os olhos mostravam. “Conforme os anos foram passando eu fui sentindo os benefícios da meditação e entendendo isso na vida. Me percebi mudar, porém mantendo a minha essência e não buscando um ideal ilusório que muitas vezes vejo por ai”, diz ela à TRIBUNA DO NORTE.  
Juliana confirma que a pandemia estimulou a procura pelas práticas meditativas, de uma forma quase natural. “A pandemia trouxe a necessidade de olharmos para dentro, para nossa própria vida, não tivemos outra opção. Então, sem distrações externas, muitas pessoas perceberam um mundo de sentimentos dentro delas”, explica.  A produtora ressalta que a meditação ajuda a respirar melhor, dormir melhor, e pensar de forma mais clara em qualquer ocasião – principalmente na hora de tomar decisões. 
Um dos primeiros benefícios observados por Juliana quando se aprofundou na meditação, foi ter conseguido se manter um pouco mais no estado presente. “Nossa mente é muito inquieta, e o dia a dia alimenta ainda mais essa agitação, então com a prática de meditação nós começamos a desenvolver o estado de presença no aqui e agora, e isto é uma tremenda mudança no dia a dia”, explica. 
Em casa
Meditar é fácil. Basta querer começar. Juliana orienta que se procure um lugar da casa em que se sinta bem, e deixe a coluna no seu desenho natural, ombros erguidos, queixo paralelo ao chão,  e ísquios (ossos dos glúteos)  acomodados no piso ou na cadeira –  o que vai ajudar a estabilidade da coluna. Deixar os braços soltos em cima das pernas, e foco na respiração, observando como ela está nesse momento. 
Juliana recomenda se aprofundar  um pouco mais e prolongar a exalação do ar, sem cobrança, sem pressa. “Não retenha pensamento, apenas fique ali imóvel por algum tempo, quanto desejar. Observe o que estas pequenas pausas vão te trazer no dia a dia”, diz. 
Outro ponto: música ou silêncio? “Tem quem ame meditar com música e quem prefira o silêncio, eu adoro as duas praticas. A música na meditação é algo bem pessoal”, ressalta. Para quem apostar numa trilha sonora, Juliana afirma que música ajuda muito na concentração, pois foca a atenção na letra, no ritmo, e nos elementos que se apresentam. “Isso nos coloca em outro lugar, nos tira do pensamento incessante”, enfatiza.
A própria Juliana fez parte de uma banda que tinha a meditação como inspiração, a Camomila Chá. O grupo já lançou um disco, “Orações Universais”, composto por mantras e cantos sagrados para momentos diários de meditação e conexão. “Como sabemos que tudo é energia, tudo que ouvimos ou vemos, as palavras, as imagens, os sons, vão construir nosso campo energético. A musica que te acalma, te energiza e te traz paz é a musica certa pra você”, completa. O álbum está nas plataformas digitais. 
Quanto ao tempo que se deve dedicar à meditação, cada um deve adaptar como lhe for mais viável. Para Juliana, o ideal é que a prática fosse diária, de cinco até 30 minutos. Mas, quando não for possível, pelo menos três vezes por semana. “Em relação a horário, penso que cada um deve ver como fica na sua vida, acordar e meditar um pouco e antes de dormir, silenciar por alguns minutos, pode nos trazer muita qualidade de vida”, afirma.
Apesar de conhecer bem os benefícios da meditação à saúde, Juliana ressalta que não se deve dispensar ajuda profissional para determinados casos.
“Quando falamos em ansiedade, medo, tristeza ou até mesmo pânico, devemos em primeiro lugar procurar um profissional competente que possa nos ajudar, pois muitas vezes estes sentimentos se tornam patologias e precisamos olhar para isso muito atentos hoje em dia”, recomenda. 
O ato de meditar pode estar relacionado a diversos benefícios ao corpo, além do psicológico. Pesquisa publicada no periódico científico American Journal of Cardiology, mostrou que a prática está associada a um risco 35% menor para colesterol alto, 14% menor para pressão alta, 30% menor para diabetes, 24% menor para derrame, e 49% menor para doença arterial coronariana. Ou seja, meditar diminui os riscos de doenças cardiovasculares. 
Mais foco
Se tem algo que um profissional da comunicação almeja é foco. Foi dessa forma que a jornalista Roberta Maia aderiu de vez à meditação, há cinco anos. “Eu estava precisando ter   uma mente mais focada. Quando comecei a fazer ioga, sempre havia no final um momento de relaxamento com meditação, e foi isso que acabei incorporando ao meu dia a dia”, conta. O primeiro contato com a meditação, no entanto, ela considera que se deu quando conheceu o budismo, em 2004. “Havia uma oração, um mantra que a gente repetia por horas. Foi um tipo de abertura”, analisa.  
Roberta dedica de 15 a 30 minutos para a meditação, de preferência após algumas posturas de ioga, pois segundo ela o cansaço físico deixa seu corpo mais tranquilo para meditar. “A meditação deixa meu pensamento mais organizado, eu consigo focar mais no que eu quero ou preciso fazer no dia. Para quem é impaciente por natureza como eu, é um avanço muito grande”, afirma, ressaltando ainda a amenização que a prática provoca em quem possui hormônios femininos. 
A jornalista ressalta o quanto a meditação a ajudou a manter o controle psicológico durante o auge da pandemia. “Foi essencial para a nossa ‘reivenção’, não apenas no sentido financeiro, mas também espiritual”, diz. Roberta conta que prefere meditar sentada, apesar de também ser possível fazer isso deitada. “Em silêncio, com postura ereta, para conectar os dois pólos – o da terra com o de cima, o divino”, conclui.
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