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Menina de 13 anos cria rede social para pets em Natal

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Ícaro Carvalho
Repórter

Desde pequena a estudante do 9º ano do ensino fundamental, Alice Richard, de 13 anos, tinha carinho e amor pelos bichos de estimação. Há dois anos, por influência do pai e das irmãs,  passou a estudar algoritmos e linguagem de programação. A pequena natalense, que cria dois cachorros e uma cadela, uniu duas áreas completamente distintas e resolveu inovar e criar o “FocinhoBook”, uma rede social exclusiva para bichos de estimação.

Alice Richard, de 13 anos, aprendeu a programar com o pai e seguirá a carreira de programadora


Alice Richard, de 13 anos, aprendeu a programar com o pai e seguirá a carreira de programadora

#SAIBAMAIS#A ideia, segundo conta à TRIBUNA DO NORTE, partiu da necessidade de postar as fotos dos seus bichos nas redes sociais já existentes, mas segundo ela, algo a incomodava. “Eu sempre gostei muito de pet e eu queria postar foto dos meus cachorros em algum lugar, numa rede social. Sendo que as redes sociais que eu tinha eram só de humanos”, relembra. No segundo semestre do ano passado, juntamente com o pai, Richard, ela começou a trabalhar no projeto do FocinhoBook, uma rede social natalense feita para animais. Atualmente, a novidade já possui quase 600 pets cadastrados de todo o Brasil.

“O FocinhoBook é uma rede social onde os pets podem interagir.  Lá tem serviços de pet-shops para ajudar os pets, tem classificados, onde você pode adotar os animais. É uma rede social que ajuda os pets e faz com que eles interajam. Eles fazem postagens, tem foto, tem vídeo, links”, diz, revelando ainda que chega a trabalhar quatro horas por dia no projeto. A linguagem de programação escolhida por pai e filha foi a Ruby On-Rails.

“O pessoal está gostando muito, porque não tem muitos sites assim. Na verdade acho que o meu é o único. É uma rede social natalense”, comenta Alice, informando que pretende mostrar o seu projeto na Campus Party Brasil, no próximo mês, em São Paulo, onde marcará presença.

No FocinhoBook, os usuários “humanos” se cadastram e a partir daí estão aptos a registrarem os bichinhos na rede social. Não há limite de animais por usuário. Uma vez inseridos, os bichinhos podem “interagir” entre si na rede, com “lambidas” e “mordidas”, ao invés dos tradicionais “likes” e “deslikes” bem como “discutir” situações comuns ao mundo dos pets, como a procura de um lar para um determinado animal, venda de acessórios para os bichinhos além da oferta de serviços para os animais, por meio dos pet-shops.

Na aba “classificados”, os usuários podem fazer uma série de ações ligadas ao mundo animal, como por exemplo, publicar anúncios de animais achados e perdidos, procurar por doações além da buscar por “namorados (as)” para reprodução.

Há ainda uma área específica de serviços, em que os usuários podem cadastrar algum tipo de atividade a ser oferecida para os outros membros da rede social, como por exemplo hospedagem, adestramento, canil, associações, passeios, entre outros.

Influência
O gosto pela programação e pelos bichos de estimação não surgiram muito longe na vida de Alice. Foi em casa, vendo as duas irmãs – Isabelle e Emmanuelle – digitando as primeiras teclas e programando os primeiros algoritmos em seus  computadores. No entanto, foi indo ao trabalho do pai, que atua na área da segurança, que Alice começou a programar de fato, observando o dia-a-dia e o funcionamento das atividades de um desenvolvedor. O FocinhoBook, inclusive, foi o seu primeiro site desenvolvido.

“Eu só ajudava painho nos trabalhos que ele desenvolvia para  me mostrar como funcionava, para depois eu poder fazer o meu. Painho começava mostrando o que era para fazer e depois eu fazia sozinha para aprender. Mas ele ficava do meu lado para ajudar”, explica o processo.

Alice sabe que a área em que está se aventurando ainda carece de oportunidades e espaço para as mulheres. Para se ter uma ideia, o último Censo do IBGE, divulgado em 2010, mostrou que apenas 22% dos alunos eram mulheres nas turmas de ciência da computação. No mercado o cenário também não é dos melhores: as meninas representam apenas 17% do total de programadores. Os dados foram apresentados no evento “Por um Planeta 50-50: Mulheres e meninas na ciência e tecnologia”, realizado pela Serasa Experian em parceria com a ONU Mulheres.

Alice Richard uniu a paixão pelos pets com o gosto pela programação para criar o FocinhoBook
Alice Richard uniu a paixão pelos pets com o gosto pela programação para criar o FocinhoBook

Junto com as irmãs, ela participa do W3E (Women Winning World with Equility, Mulheres Conquistando o Mundo com Equidade, em tradução literal), um projeto que trabalha ações sobre igualdade de gênero na sociedade, com foco no mercado dos desenvolvedores.

O pai, Rick Richard conta que ver a filha mais nova seguindo os seus passos é gratificante. Ele diz que, mesmo cedo, as meninas parecem decididas e focadas no caminho que querem seguir na vida adulta.

“O legal é ver as meninas tendo direcionamento. Se elas não estivessem aqui, poderiam estar perdendo tempo com coisas que não agregam”, comenta o pai orgulhoso sobre as três filhas. Assim como as irmãs, que já estudam Ciência da Computação numa universidade de Natal, Alice quer se aperfeiçoar na área e seguir carreira.
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