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Mercado de cultura cresce no RN

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Há um mercado em franca expansão no Rio Grande do Norte e ele não é ligado aos tradicionais segmentos geradores de emprego e renda no Estado. As atividades culturais, recreativas e esportivas movimentaram, somente em 2016, cerca de R$ 241,4 milhões. Esse valor é 300,82% maior que o registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Anual de Serviços em 2012 (R$ 60,2 milhões). O número de empresas também evoluiu, saindo de 365 em 2012 para 514 em 2016, ano mais recente da pesquisa, perfazendo um aumento de 40,82%.
Coordenador de Cultura do Sesc RN, Daniel Rezende, destaca que grupos, companhias e artistas estão cada vez mais se capacitando
Coordenador de Cultura do Sesc RN, Daniel Rezende, destaca que grupos, companhias e artistas estão cada vez mais se capacitando
#SAIBAMAIS#
“A arte é um agente educador no sentido mais amplo, irrestrito. É a ferramenta mais importante para construir um cidadão saudável. Mas também tem um papel econômico muito importante. É preciso, porém, que tenhamos oportunidades. É preciso oportunizar o mercado de trabalho e implantar programas para a comunidade se desenvolver. É preciso oxigenar, ter novas ideias e romper velhos conceitos”, destaca a criadora e produtora cultural Diana Fontes, com aproximadamente 35 anos de experiência no segmento. 
Estudo publicado pela Fundação Getulio Vargas em 2013 mostrou a importância dos empreendimentos culturais para a economia nacional. Intitulado “A Cultura na Economia Brasileira – Perfil Socioeconômico”, o estudo destaca, com base em informações de 2007 a 2013, que “apesar de ainda representar um pequeno percentual de todos os estabelecimentos formais do país, 0,9% em 2013, os estabelecimentos de cultura no Brasil cresceram a uma taxa superior a todos os segmentos econômicos (36% x 27%) ao longo dos últimos seis anos. Enquanto o total de estabelecimentos em todos os setores da economia, incluindo a cultura, somava 6.697 em 2013, o número de estabelecimentos culturais chegou a um total de 60 mil. Isso aumentou a relevância relativa do setor no panorama nacional”.
No documento, restou comprovado que a Região de maior PIB no Brasil, o Sudeste, apresenta o maior número de estabelecimentos de cultura, seguida pela Região Sul. O número de estabelecimentos acompanha a importância econômica das regiões, porém há, em cada região, peculiaridades em relação à representatividade do conjunto de atividades. Enquanto as regiões Nordeste e Sul possuem mais estabelecimentos da área Audiovisual, nas outras regiões, os de Artes Cênicas e Música são em maior número. Todas as regiões apresentam grande número de estabelecimentos nessas duas áreas, sempre somando mais de 60% do total de cada região. 
Destaca-se, também, que os trabalhadores do setor cultural tem uma qualificação superior á média geral brasileira, com 81% deles possuindo pelo menos o Ensino Médio completo, contra 68% em outros setores da economia. A Fundação Getulio Vargas frisa que “a área Livro e Leitura se destaca positivamente, com 88% dos trabalhadores possuindo ao menos o ensino médio completo, enquanto as áreas Audiovisual e Patrimônio e Instituições Culturais apresentam os menores níveis de escolaridade, com 76% e 77%, respectivamente”. 
Ao analisar o mercado local, o coordenador de Cultura do Sesc RN, Daniel Rezende, fala em evolução. “Eu acredito muito que a gente pode, sim, falar em evolução. Eu digo evolução no sentido de que grupos, companhias e artistas estão cada vez mais se capacitando, evoluindo no sentido de se aprimorarem realmente quanto eles podem contribuir nas apresentações das suas propostas artísticas na construção desde o zero da criação, seja ela individual ou tratada de forma coletiva. A gente percebe uma evolução, uma melhoria no engajamento deles até mesmo de atenção ao que está acontecendo no cenário das políticas, sejam elas públicas ou privadas. Isso é bom porque eles conseguem melhor dialogar, fazerem a devida pressão para que a engrenagem funcione como ela deveria funcionar”. 
Setor cultural no RN
Veja abaixo quanto movimentou, de 2012 a 2016 (ano mais recente da publicação da pesquisa) o setor de atividades culturais, recreativas e esportivas no Rio Grande do Norte.
Ano 2012
Empresas: 365
Pessoal ocupado: 2.122
Receita bruta: R$ 60,2 milhões
Ano 2013
Empresas: 388
Pessoal ocupado: 2.077
Receita bruta: R$ 86,2 milhões
Ano 2014
Empresas: 450
Pessoal ocupado: 2.258
Receita bruta: R$ 229,8 milhões
Ano 2015
Empresas: 559
Pessoal ocupado: 2.149
Receita bruta: R$ 191,9 milhões
Ano 2016
Empresas: 514
Pessoal ocupado: 2.448
Receita bruta: R$ 241,4 milhões
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Pesquisa Anual do Comércio (2012 a 2016)
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