A imobiliária Da Hora tem 50 anos em São Paulo e no Centro- Oeste, mas em Natal atua só há pouco mais de três anos. Quando a empresa paulista chegou a capital potiguar, em 2011, encontrou um cenário bem diferente de hoje, com os preços dos imóveis muito elevados.
De acordo com o diretor da imobiliária, João da Hora Jr., a cidade ainda vivia a ressaca daquele período eufórico do capital estrangeiro, quando por volta do ano 2002 os gringos chegaram com seus euros e dólares, na época muito mais valorizados que a moeda brasileira, e passaram a comprar imóveis a preços bem acima dos preços reais.
A realidade econômica é outra já há alguns anos. O dinheiro e o comprador também são outros. O estrangeiro saiu de cena e o consumidor passou a ser o potiguar e o brasileiro de outros lugares.
#SAIBAMAIS#“Aquela situação era insustentável. Hoje, o mercado está se acomodando para voltar a crescer. Pode até vir a ter outro boom, mas numa proporção diferente”, diz João da Hora Jr.
Se por um lado, o comprador estrangeiro impulsionou o crescimento do mercado imobiliário potiguar, aquela euforia – na avaliação do empresário e advogado – também gerou reflexos negativos que são sentidos até hoje.
“Ainda tem proprietário de imóvel iludido, querendo vender ao preço insustentável que se praticava. E muitas vezes é difícil fazê-lo entender que a realidade hoje é outra”.
Só para efeito comparativo, o diretor da imobiliária Da Hora conta que um vizinho, morador do conjunto Ponta Negra, chegou a receber de um estrangeiro, naquela época, a oferta de R$ 1 milhão por sua casa, hoje avaliada em torno de R$400 mil.