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Mercado paga o preço da escassez

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Salários mais altos para os profissionais habilitados, atração de estrangeiros e uma maior rotatividade de funcionários nas empresas estão entre as consequências da escassez de qualificação profissional na indústria eólica do Brasil, diz Élbia Melo, presidente executiva da ABEEólica.
A indústria de energia eólica enfrenta dificuldades na esteira das carências de qualificação de mão de obra. O custo mais alto para contratar colaboradores é um deles
Engenheiros estão entre os profissionais mais requisitados no setor, mas profissionais especializados nas áreas de desenvolvimento, regulação e meio ambiente, além de técnicos, também estão difíceis de encontrar no mercado. “A demora em conseguir profissionais com estas características é concreta para todas as empresas da área”, afirma o gerente executivo de desenvolvimento e operações da empresa australiana Pacific Hydro no Brasil, Leandro Ribeiro Alves.

A empresa tem dois parques eólicos em operação na divisa do Rio Grande do Norte com a Paraíba – na cidade de Mataraca – e tem planos de instalar duas novas usinas no RN com investimento de R$ 650 milhões. Os projetos estão inscritos em um leilão federal previsto para junho e se forem bem sucedidos na disputa deverão sair do papel nos próximos anos.

#SAIBAMAIS#A fase de obras, diz Alves, demanda profissionais com formação mais básica. O problema de “qualidade” surge mesmo na fase de operação. “É difícil encontrar profissionais até porque há inúmeros parques entrando em operação e, com a demanda, o pessoal começou a valer um pouco peso de ouro”.

O grupo brasileiro Servtec, que construiu um dos primeiros parques eólicos do Nordeste, no Ceará, também está de olho no mercado. “O problema não é só a falta de profissionais qualificados, mas quanto esses profissionais vão custar”, diz Wilson Melo, diretor de Engenharia do grupo, cujo plano decenal de projetos prevê a instalação de 1,4 GW no Brasil, que poderão representar R$ 6 bilhões em investimentos distribuídos entre Bahia, Ceará. e Rio Grande do Norte.

Mundo
Os problemas relacionados à qualificação não são exclusivos do Brasil. Um estudo divulgado este mês pela Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) aponta a questão como “ponto crítico” para o emprego em energias renováveis em vários países.

Dado o rápido avanço da energia solar e eólica  no mundo, o problema é mais acentuado nessas duas indústrias, analisa Rabia Ferroukhi, que encabeça a divisão de Conhecimento, Política e Finanças da IRENA e é o principal autor do relatório.

Nem os mercados mais maduros estão livres do problema. A Associação Europeia de Energia Eólica (EWEA) afirma que a Europa, líder mundial em geração eólica, tem uma carência anual de 7 mil profissionais qualificados, número que  pode  chegar a 15 mil/ano, até 2030.

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