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Metrópole Digital é celeiro de talentos

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Presente em todos os setores da economia, a Tecnologia da Informação abriu novas  perspectivas no mercado de trabalho e cobra urgência em formação de recursos humanos. Conectado a essa necessidade, o Metrópole Digital tem investido para criar, no Estado, um pólo tecnológico em TI. Com quatro anos de atuação em pesquisa, qualificação profissional e como incubadora de empresas, o programa se consolida como Instituto e avança na implementação de uma infovia.

O principal componente da estrutura, o capital humano, recebe investimentos maciços em qualificação. São mais de R$ 40 milhões em recursos do MC&T em quatro anos. Diferente dos demais processos seletivos, os alunos são garimpados, entre muitos da rede pública de ensino, a partir das aptidões  identificadas por um psicoteste elaborado e aplicado pelo Departamento de Psicologia da UFRN.
Setenta por cento das vagas são para egressos da rede pública, dos quais 80% com idade de 15 a 18 anos e 20% até 21 anos
Setenta por cento das vagas são para egressos da rede pública – desses  80% com idade de 15 a 18 anos e 20% para até 21 anos e com ensino médio. “São talentos descobertos e que recebem a formação para a construção desse pólo tecnológico em TI que estamos fomentando no Estado”, observa o diretor do IMD, Ivonildo Rêgo. “Montar uma empresa e gerar negócios, depende de gente, de talentos. O maior custo hoje para qualquer empresa é recurso humano”, acrescenta.

A formação técnica destina-se a habilitar programadores e profissionais para a produção de placas eletrônicas. O curso tem duração de três semestres, com certificação para cada uma: módulo básico; módulo avançado, onde o aluno escolhe uma das especialidades (informática para internet, redes de computadores, eletrônica e automação industrial); e módulo integrador. Este último é voltado para o mercado de trabalho, com estágios dirigidos e encaminhamentos por meio de parcerias com empresas do setor, IBM e Sebrae.

A oferta até então restrita aos cursos de nível técnico foi ampliada para cursos de graduação e pós-graduação. Na graduação, o estudante pode optar pelas habilitações em Sistemas Embarcados,  Informática Educacional, Sistemas de Informação de Gestão,  Engenharia de Software e Ciência da Computação.

Paulo Leonardo Souza Brizolara, de 20 anos, acompanha a evolução da grade: ao fim da formação técnica ingressou na faculdade, com ênfase em ciências da computação. O fato de ser aluno do IMD, diz ele, permitiu ter conhecimento prévio de algumas disciplinas e aproveitar melhor o conteúdo visto no ensino superior. 

Aluno do 5° período, ele ainda não definiu se seguirá a carreira acadêmica ou focará no mercado, mas garante: TI tem muitas possibilidades e todas promissoras, já que se integra com várias outras áreas.

“Isso nos dá a possibilidade de explorar outros campos, criar novos mundos, coisas interessantes e mudar a realidade da sociedade atual”, afirma Paulo, que desenvolve pesquisa  na área de sistemas embarcados.

A mudança já acontece para Emanuel Rodrigues, de 20 anos, natural de Touros, aluno do técnico em TI. Há cerca de dois meses, ele trocou o trabalho no comércio dos pais pela monitoria da turma em que estuda. A política é uma forma de incentivar a permanência de alunos com os melhores desempenhos.

Emanuel concluiu o ensino médio há dois anos, em Ceará Mirim. “Se eu tivesse ficado lá (no interior), não teria as mesmas oportunidades e nem estaria ciente delas”, afirma. O mercado remunera bem, com salários de R$ 4 mil, e só tende a expandir cada vez mais. A meta agora é ingressas no bacharelado de TI, oferecido pelo Instituto. “Pretendo ficar no Estado e desenvolver negócios nessa área”, planeja Emanuel Rodrigues.

Esforço

Os esforços segundo o  coordenador do ensino  técnico do IMD, Marcel Oliveira  são para evitar que falte mão de obra qualificada. “O setor já passa por uma escassez e com a expansão, há uma projeção de que pode faltar pessoal nos próximos cinco, oito anos”, afirma Oliveira.

A absorção dos técnicos pelo mercado de trabalho é tamanha que chega a impactar o número de alunos que se dedicam a iniciação científica, observa o coordenador. “Os alunos preferem seguir para as empresas, para o mercado que está positivamente inflacionado, do que se dedicar a pesquisa”, afirma Oliveira. Com salários iniciais de R$ 2 mil, quem  conclui a formação profissionalizante tem facilidade de ser contratado.

Além de ajuda de custo para transporte e material escolar, os alunos com defasagem escolar participam de aulas de reforço em português, matemática e noções de programação.

Contudo, o  abandono escolar ainda persiste. Somente 34% dos selecionados concluem o curso. A avaliação é positiva se comparada a média nacional. Em geral, segundo dados da Abracom, empresa que avalia cursos técnicos nesta área, a média no Brasil é de 18% de aprovados no final do curso, ou seja o abandono é de 82%.

IMD incentiva empreendedorismo

O Instituto também atua como incubadora de empresas, dando suporte e assistência para microempresas gerarem negócios, antes de caminhar por conta própria. Ao todo, são doze empresas que trabalham desenvolvendo software para as áreas jurídicas,  gerenciamento de restaurante, gestão de sistemas administrativos. O Instituto prepara-se para lançar edital para a captação de novas empresas incubadas, a partir da inauguração da nova sede do Metrópole Digital, que terá capacidade para abrigar até 60 empresas.

O prédio localizado à entrada do campus universitário, próximo a Caern, contará com seis laboratórios para bolsistas, uma sala para treinamento, Centro de Convivência com lanchonete, quatro auditórios. A previsão é que as obras orçadas em R$ R$ 11,979 milhões oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico através de um convênio entre a Funpec e a UFRN,  sejam concluídas no segundo semestre desse ano.

Entre as principais metas, o diretor geral do IMD, Ivonildo Rêgo, destaca ainda a abertura de cursos de residência em Engenharia de Software (30 vagas) e em Jogos Digitais (20). Baseado no modelo de residência médica, os cursos oferecerão aulas teóricas (especialização lato sensu) em projetos e ambientes de softwares reais. E a criação do mestrado profissional em Computação Aplicada, voltado para atender demandas da sociedade e do mercado, transferência de tecnologia.

Bate-papo: Ivonildo Rêgo, diretor do Instituto Metrópole Digital

As vagas serão ampliadas?
Para 2014, duas escolas serão escolhidas e terão curso presencial no contraturno escolar, em jogos digitais. Temos dificuldades para ampliar essa interiorização. Falta uma infovia de grande porte. Temos dificuldades de implantar cursos do instituto em cidades do interior porque não contam com banda larga.

Em que fase está a implantação da Infovia do IMD?
O Instituto, em parceria com o Governo Estado e Ministério da Educação, está construindo uma rede de alta velocidade, de banda larga, com 360 quilômetros de fibra ótica, que vai conectar 630 escolas públicas da Grande Natal. A implantação é até dezembro de 2014 e parte deve começar a funcionar no segundo semestre. Um investimento de R$ 20 milhões, com recursos do MEC. Esta será a primeira infovia expressiva do estado, e a partir dela haverá um salto para o interior.

Como será essa conexão e quais os impactos no RN?
Para o desenvolvimento de qualquer estado ou região, uma infraestrutura de logística desse porte da infovia é tão importante quanto ter rodovia, ferrovias. O Ceará tem 3 mil quilômetros de infovia que liga as escolas e o setor produtivo, unidades de formação técnica. A UFRN  já conta com a rede GigaNatal conectada a todas as unidades,  museus, instituições parceiras como a Petrobras, Inpe, UnP e o IFRN. A infovia facilita a inclusão digital, seja com cursos e programas para professores à distância, como também para ampliar a oferta dos cursos existentes no Instituto para estas escolas. A partir da conexão das escolas que estão presentes e bem espalhadas em todas as cidades, poderá ser feito a interligação com unidades de saúde, de segurança. É um projeto estruturante para educação básica e técnica.

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