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Militares articulam ação anti-Chavez

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TURBULÊNCIA - Hugo Chavez enfrenta  a primeira crise no segundo mandato da presidênciaUm general da reserva da Guarda Nacional venezuelana e  seu filho, capitão da ativa da mesma arma, foram presos ontem na  Venezuela, depois da divulgação de uma conversa gravada sobre um suposto plano  para assassinar o presidente do país, Hugo Chávez, segundo informou o jornal  de Caracas Últimas Noticias.

Na gravação, difundida na noite de terça-feira  pela emissora estatal Venezolana de Televisión, uma conversa entre o general  reformado Ramón Guillén, de 64 anos, e o capitão Tomás Guillén, de 36, sugere  a existência de uma conspiração contra Chávez. Também são mencionados na conversa uma mulher supostamente estrangeira chamada  Sindry Patricia e outros oficiais – entre eles um general nomeado como Serruti.  O apresentador do programa no qual a gravação foi apresentada, Mario Silva,  disse que a fita seria entregue às autoridades. Silva não revelou como a gravação  foi obtida.

De acordo com o Últimas Noticias, os dois oficiais foram levados a uma prisão  militar depois que um tribunal marcial emitiu a ordem de detenção. O advogado  dos dois, Guillermo Heredia, disse que eles estavam prestando depoimento  na Direção de Inteligência Militar (DIM), ontem. “Só nos informaram que eles estavam  sendo investigados pela participação num recente plano de conspiração”, declarou  Heredia. “Desconhecemos os detalhes dessa investigação porque as peças do processo  foram classificadas como sigilosas.”

Mais tarde, Heredia informou que o capitão  Guillén havia sido levado da sede da DIM e posto sob as ordens de seu comando  na Guarda Nacional. O militar da reserva permaneceu no centro de detenção da  inteligência militar, para protesto do advogado. “O general Ramón Guillén está  na reserva e, como cidadão venezuelano, se opõe ao sistema que o governo de  turno quer estabelecer.

Se opõe ao regime comunista vigente na Venezuela, mas  o faz pelos canais e formas democráticos, exercendo seu direito à liberdade  de expressão e pensamento”, declarou o advogado. “Esse episódio traz à tona pelo menos uma de duas possibilidades alarmantes  na Venezuela”, declarou ao Grupo Estado, por telefone, a cientista política  venezuelana Maryclen Stelling. “Ou, no caso de a conspiração ser verdadeira,  a resistência a Chávez entre os militares cresce a ponto de permitir o surgimento  de complôs nos quartéis ou – no caso de a denúncia ser falsa – o temor de um  atentado está levando o governo a intensificar uma operação de caça às bruxas  entre oficiais suspeitos de infidelidade”, declarou.

A analista lembra que, após a fracassada tentativa de golpe de abril de 2002  – quando Chávez foi removido do Palácio de Miraflores por menos de 48 horas  -, o presidente venezuelano deu início a um processo de “limpeza” de oficiais  antichavistas.

Coca-cola é fechada

A receita federal da Venezuela ordenou o fechamento  temporário dos escritórios administrativos e de serviço da subsidiária venezuelana  da Coca-Cola, a gigante americana de bebidas, informaram autoridades.

A ação  é parte do plano “Evasão Zero” para melhorar a arrecadação fiscal, o qual foi  iniciado pelo Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária  (Seniat) em 2004. A engarrafadora da Coca-Cola Femsa SA, que emprega mais de 7.400 pessoas na  Venezuela, foi fechada por 48 horas depois que o Seniat detectou “irregularidades  em seus livros contábeis no tocante ao Imposto sobre o Valor Agregado (IVA)”,  afirmaram as autoridades.

Apenas neste ano até agora, centenas de empresas foram fechadas pelo Seniat  devido a problemas com o fisco.

A primeira crise do 2º mandato

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, está enfrentando  a primeira crise interna de seu segundo mandato. Chávez anunciou terça-feira  que quer unificar os partidos que apóiam o governo no Partido Socialista Unificado  da Venezuela (PSUV), no dia 24 de março. Ontem, o vice-presidente venezuelano,  Jorge Rodríguez, anunciou que uma comissão para ajustar o “partido unido da  revolução”, nomeada por Chávez, foi instalada para impulsionar reuniões com  os grupos.

O deputado e secretário-geral do partido Podemos (um dos maiores partidos da  coalizão de 20 grupos que dá apoio a Chávez), Ismael García, causou polêmica  semana passada quando repeliu a idéia de um “socialismo estatista”, proclamou  um “socialismo democrático” e anunciou que o partido Podemos não participará  de “pensamentos únicos, porque a Venezuela é uma sociedade plural”. O responsável  pela campanha eleitoral de Chávez, Francisco Ameliach, acusou García de “tomar  as bandeiras de nossos inimigos para nos atacar e nos trair”.

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