sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Militares se dizem ‘desrespeitados’ com fala de Haddad sobre Venezuela

- Publicidade -

Oficiais generais presentes à cerimônia do Dia do Aviador, realizada na
Base Aérea de Brasília, nesta terça-feira, 23, se disseram
“desrespeitados” com declarações do candidato Fernando Haddad (PT) em
entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite de
segunda-feira, 22.

Fernando Haddad (PT) foi o entrevistado do Roda Viva desta segunda-feira

Na ocasião, o candidato do PT foi questionado se não via como um erro
colocar o seu partido como uma única opção para a democracia. Haddad
rebateu dizendo que seu adversário “incita a morte de pessoas”. “O filho
dele (Eduardo Bolsonaro), na Avenida Paulista, disse que vai declarar
guerra à Venezuela. Ele nem conhece a situação das Forças Armadas. A
Venezuela tem condições bélicas superiores a do Brasil”, disse Haddad.

“Para o Brasil declarar guerra e mandar jovens brasileiros morrer na
fronteira com a Venezuela ou pede ajuda para um império internacional,
provavelmente os americanos, para quem ele bate continência, ou nós
vamos mandar jovens brasileiros pobres provavelmente para morrer em um
conflito que não é o nosso”, completou.

Os militares presentes na cerimônia, que preferiram falar na condição de
anonimato, disseram se sentir “ofendidos” e “desrespeitados” com a fala
do candidato do PT. Segundo eles, Haddad “não conhece nada das nossas
Forças Armadas” e está “menosprezando” a formação dos militares
brasileiros. Criticaram ainda a forma que o petista lida com uma questão
delicada ao citar de forma irresponsável sobre declarar guerra ao país
vizinho com apoio dos Estados Unidos.

Desde segunda-feira, 22, os militares já estavam incomodados com o
candidato do PT que, para atacar Bolsonaro, afirmou que as instituições
estão se sentindo ameaçadas. Na segunda-feira à tarde, Haddad disse,
antes de participar de evento com catadores de material reciclável em
São Paulo, que “as instituições estão se sentindo ameaçadas, inclusive
pela linha dura de parte das Forças Armadas”.

Essa afirmação, ao lado da fala do filho de Bolsonaro, Eduardo
Bolsonaro, de que bastava um soldado e um cabo para fechar o Supremo
Tribunal Federal levaram “grande preocupação e insatisfação” entre os
militares.

Embora o candidato e seu filho tenham pedido desculpas, os militares
entendem que o ataque não foi bom. No entanto, a cúpula das Forças
Armadas decidiu não responder. A avaliação foi de que no momento é
melhor não polemizar a questão e por considerá-la “tema de campanha
eleitoral”.

Para integrantes do Alto Comando das Forças Armadas consultados pelo
jornal O Estado de S. Paulo, responder estes “absurdos” seria levar para
dentro dos quartéis assunto tipicamente político-partidário, que afeta
apenas quem está na disputa das eleições.

O presidente Michel Temer também participou da cerimônia do dia do aviador, com os comandantes militares.

Estadão Conteúdo

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas