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Miller faz musical com mensagem ecológica

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MUSICAL - Filme conta a história de Mano, um pinguim Imperador

Por Alessandro Giannini

Há 4 anos, George Miller estava na pré-produção de Mad  Max 4. O início das filmagens na África tinha data marcada. Mel Gibson, então com 46 anos, ainda estava em condições de segurar o papel do indomável guerreiro  que o projetara para o estrelato internacional. Então, veio a Guerra do Iraque. O dólar despencou, os preços subiram e a burocracia resultante de medidas de segurança insanas dificultou o trânsito internacional de mercadorias e cargas.  Àquela altura, só restava abandonar o barco. Foi assim que Miller abraçou o  projeto de “Happy Feet – O Pingüim”, um musical animado digitalmente com mensagem  ecologicamente correta.

Ambientado na Antártica, “Happy Feet” conta a história de Mano, um pingüim Imperador de olhos azuis que não consegue cantar, como é tradição na sua enorme comunidade. No entanto, tem uma habilidade inata para o sapateado. Por causa disso, acaba sendo proscrito e vai procurar guarida entre os pingüins-de-Adélia,  uma espécie menor. Na versão original em inglês, Elijah Wood empresta a voz a Mano, enquanto Robin Williams faz as vozes de dois personagens: Ramón, o líder  dos pingüins-de-Adélia, identificados com os latinos, e Amoroso, um pingüim-saltador-de-rochas que funciona como uma espécie de líder messiânico para os animais. Na versão  brasileira, Daniel de Oliveira dublou Mano e Sidney Magal, Amoroso.

Embora seja identificado com os filmes de ação por ter criado a franquia de “Mad Max”, Miller já percorreu outros gêneros em títulos como “Babe – O Porquinho  Atrapalhado” e o drama baseado em fatos reais “Óleo de Lorenzo”, além do já  clássico “As Bruxas de Eastwick”. Um musical animado digitalmente não seria um desafio tão grande, especialmente para quem cresceu assistindo às reprises  dos grandes musicais da Metro na TV.

“Não sou exatamente um fã dos musicais, mas assisti muitos deles”, disse em entrevista, numa suíte do luxuoso Beverly Wilshire, em Los Angeles. “Claro que coloquei muitas referências a esses clássicos em Happy Feet. Estão lá (Vincent) Minelli (o coreógrafo e diretor), Busby Berkeley,  os musicais aquáticos de Esther Williams e muitos outros.”

Depois de passar 7 anos trabalhando em “Babe”, que lhe valeu indicações para  os Oscar de melhor filme e roteiro, Miller avaliou que a experiência com os animais de verdade de sua comédia dramática sobre o porquinho abandonado foram mais fáceis de lidar do que as engrenagens virtuais que compuseram os pingüins  antárticos de “Happy Feet”.

“Os animais de Babe eram muito mais fáceis de trabalhar do que se possa imaginar”, explicou. “Trabalhar com criaturas geradas por computador é um trabalho muito cansativo. Mas conseguimos que as criaturas façam aquilo que queremos. Percebemos que nunca conseguiríamos treinar os pingüins. Eles  não são animais domésticos. Não dá para ir para a Antártica e mexer naquele  habitat. É um ambiente delicado.”

Miller pretende retomar o projeto “Mad Max”. Só que Mel Gibson parece não estar mais nos seus planos. “Passou o tempo em que Mel (Gibson) poderia estar nele.  Acho que a última oportunidade foi há cerca de quatro anos e você sabe que o  personagem é esguio e esfomeado. Ele tinha 21 anos quando interpretou Mad Max pela primeira vez e agora está nos 50 anos. Também acho que ele está mais interessado no que acontece atrás das câmeras do que na frente.”  

Serviço:
Happy Feet – O Pingüim  (Happy Feet, Austrália/EUA, 87min.) – Animação. Dir. George Miller.

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