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Milton Friedman

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Alcyr Veras – Economista e professor universitário

No atual cenário econômico mundial, a Índia e a China, principalmente esta última, representam o novo.  Em épocas passadas, entretanto, esses países eram considerados atrasados, sem nenhum destaque internacional.  Viviam economicamente fechados em si mesmos.  Hoje, porém, apresentam as maiores taxas de crescimento. Isso aconteceu por duas razões básicas: a primeira porque realizaram grandes investimentos em educação, principalmente em ciência e tecnologia; e a segunda razão propiciada pelo “wrigth time” sob o manto da globalização.

Ao longo da envolvente e polêmica história econômica mundial, profundas transformações sociais causaram mudanças na economia de quase todos os países do planeta.  Alguns sofreram com prolongados períodos de estagnação, outros, entretanto, experimentaram sólidos lances de prosperidade.  Como conclusão, percebe-se que as alterações das políticas econômica internacional tanto podem levar o país ao “pódio” como também podem decretar a sua prematura decadência.

Um eloqüente exemplo disso é a política Keynesiana que salvou os Estados Unidos da grande depressão econômica dos anos trinta e que, pouco tempo depois, foi contestada, em muito de seus aspectos, pelo brilhante economista novayorkino Milton Friedman, recentemente falecido.

Principal teórico do neoliberalismo da Escola de Chicago, Milton Friedman criticou as teorias de John Maynard Keynes e influenciou fortemente a política econômica dos países de livre mercado, nas três últimas décadas do século XX.  Na sua concepção monetarista, a provisão de dinheiro é o fator central de controle no processo de desenvolvimento econômico.  Para Friedman, as oscilações da atividade econômica não se explicam pelas variações do investimento, mas pelas variações da oferta de moeda.  Suas principais obras foram:  “A nova formulação da Teoria Quantitativa” em que defendeu as propostas da Escola Clássica dos séculos XVIII e XIX;  “A História Monetária dos Estados Unidos”; e “Capitalismo e Liberdade”.  Em uma retrospectiva sobre sua obra, Friedman ligou suas raízes a Adam Smith e à chamada Escola de Chicago.

Ganhador do prêmio Nobel de Economia em 1976, Milton Friedman destacou-se como colunista e colaborador da revista Newsweek.  Sua habitual aparição na TV tornou-lhe um dos mais visíveis economistas norte-americanos.  Foi assessor dos presidentes Richard Nixon, Ronald Reagan e consultor eventual da então primeira ministra britânica Margaret Tatcher.

Em 1975, vai ao Chile com outros professores da Universidade de Chicago e se encontra com o ditador Augusto Pinochet, um gesto muito criticado posteriormente.  Na cerimônia de sua premiação, em Estocolmo, atraiu um grande número de manifestantes que o criticavam pela assessoria que ele forneceu ao governo Pinochet, cabeça de uma ditadura no Chile por 17 anos, na qual cerca de 3 mil militantes de esquerda foram assassinados.

Uma obra de Friedman de grande valor, mas pouco conhecida no Brasil, é “Essays in Positive Economics” que ele publicou em 1953.   Entre os brasileiros tinha muitos adeptos. Os jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo publicaram manchetes anunciando que os neoliberais agora estão órfãos, pois morre o mito Milton Friedman, o pai do neoliberalismo.

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