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Mimado

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Rubens Lemos Filho
Menino chato, mimado e malcriado dá enxaqueca em pé de mesa. Quando Natal ainda se resumia ao Centro e o comércio era baseado na rivalidade entre as Lojas Americanas e as Brasileiras, cansei de ver pais humilhados sem um tostão no bolso enquanto pequenos ou garotinhas donos de todas as vontades do mundo berravam pelo brinquedo que não podiam levar porque faltava dinheiro à família. 
Um caso segue nítido em minha memória. O pai com  o filho a chorar adutoras de fricotes. Queria um aviãozinho elétrico. Que, por sinal, acionado por controle remoto, não saía do chão. Ficava taxiando pra lá e pra cá, delírio insolente do garoto, irritação geral da clientela até o estouro do pai: “Se quiser voar, dou-lhe uma tapa no pé do ouvido e aí você vai levantar voo sem precisar do aviãozinho. Eu não tenho dinheiro”. 
Refém do menino, que chorava mais alto, a mãe exibia ostensiva carranca para todos nós, de alma lavada pela atitude do sujeito que passou pelo que passou, por não botar freio em vontades impossíveis. 
Tão terrível quanto insuportável miniatura de imperadores e imperatrizes é a passividade de pais dominados. O último, vi na praça de alimentação de um shopping, derretido pela empáfia de seu bibelô de dois, três aninhos pedindo (e sendo obedecido), sorvetes do cardápio inteiro, que ele simplesmente misturava e ameaçava derramar. Jogar na testa do pai não lhe veio nas ideias. 
Aos 28 anos, o rapazola Neymar segue merecendo o tratamento piegas e infantil da mídia e da torcida do Brasil. Neymar perdeu a final da Champions League pelo PSG da França(0x1), para o Bayern de Munique e pôs-se a chorar. Não aquele choro de sofrimento. O choro irritado dos doninhos do mundo. 
Jogaram nas costas e no colo de Neymar o reinado das virtudes que não lhe pertence. Nunca foi dele. É um bom, às vezes excelente jogador, hábil e driblador. Dono de um ego venenoso, que não admite divisão de protagonismo. Insinuou peitar Lionel Messi no Barcelona e mandaram-no passear. 
No PSG, o craque de verdade é o francês Mbappé, melhor da Copa de 2018, quando Neymar fracassou a exemplo de quatro anos antes. Mbappé parece um homem. Neymar é uma criança abusada. 
Um roteiro de filme infantil(como todo ele, insosso), iniciado no Santos. Neymar foi ungido melhor que Robinho, seu verdadeiro limite. Tomou uns cascudos de comentaristas lúcidos quando insinuaram colocá-lo no Santos de Todos os Tempos em lugar do ponta-direita Dorval, da linha maestra com Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. 
Perto de Pelé no quadro de parede, quando minha geração morresse inteira, arrebataria-lhe o cetro com os votos da geração notebook de hoje. Levantaríamos de nossos túmulos para repor a legitimidade. 
Na vida de verdade, o brasileiro precisa de heróis para cultuar. De ídolos reais, da carta vinícola de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e Tancredo Neves, de Roberto Carlos a Roberto Dinamite, de saradas de academia de ginástica, gostosas e inatingíveis para a geral. 
Neymar nem é herói ou é bandido. É um chato. É aquele cara da novela das sete que, na hora do casamento do amigo, inventa uma mentira por cobiçar a noiva e estragar a festa. Neymar apanha de piranhas. Pode ser o camisa 10 da seleção? 
Neymar ouve funk, ouve funk, meus amigos! Está na história. Não como gênio da bola. Como o quase. O semi. O por pouco. O por um triz. Um jovem bajulado que usa topete de cantor de música eletrônica e vai parar de jogar sem deixar de empinar o nariz.
O jogo Da vida do América é nesta quarta contra o Juventude. Vale 2 milhões de reais a classificação para a próxima fase da Copa do Brasil. 
Série B 
O Juventude é clube de Série B e traz no seu meio-campo o habilidoso Renato Cajá, ex-Vitória e Ponta Preta. Anulá-lo é missão decisiva. 
Velocidade 
Jogar em velocidade é a opção do América, cujo meio-campo carece de técnica mais apurada. O time toca pouco. Com qualidade. 
Grana 
Ganhando o jogo e a grana, o América se garante com folga até o ano que vem. Podendo montar um bom time para a Série D. 
ABC 
Está perdendo jogadores. Ficando com João Paulo e Jaílson, elimina o risco de indigência de habilidade. Os dois estão sobrando. Em Mossoró, João Paulo desfilou.
Dinheiro 
O Senado aprovou o Projeto de Lei (PL) 2824/2020, que prevê auxílio financeiro ao esporte, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Como sofreu uma alteração em relação ao texto que passou pela Câmara Federal em junho, o projeto será novamente votado pelos deputados, antes de ir à sanção do presidente Jair Bolsonaro. 
Paralímpicos 
A mudança se deu com a aprovação de duas emendas ao texto original, que destinam parte dos recursos arrecadados pelas loterias federais ao Comitê Brasileiro de Clubes Paralímpicos (CBPC). 
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