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Ministério poderá ceder vagões

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Renata Moura – Editora de economia

O Ministério dos Transportes poderá ceder vagões especiais ao estado, para permitir que  equipamentos necessários à montagem de parques eólicos, como pás de aproximadamente 50 metros, percorram ao menos parte do caminho por meio de ferrovia. A ideia seria usar um trecho ferroviário próximo ao Porto de Natal para facilitar o transporte das peças que chegam pelo porto, mas que – por causa de suas dimensões – são movimentadas com dificuldade por via terrestre, do terminal até os locais de destino. Como se dará a transferência dos vagões, para a concretização do projeto, ainda não foi, porém, divulgado.

Dificuldade para manobras pode ser acompanhada esta semanaDe acordo com informações do Ministério dos Transportes, a possibilidade de transferência foi levantada na última terça-feira, durante reunião entre a governadora Rosalba Ciarlini e o ministro Alfredo Nascimento. Na ocasião, o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, também presente, disse que o órgão – braço executivo do Ministério – faria a cessão dos vagões para o governo. Como e quando isso se daria na prática ainda não foi detalhado pelo órgão, procurado ontem pela reportagem no final da tarde.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Benito Gama, adianta, no entanto, que pelo menos dois veículos ferroviários seriam disponibilizados à capital e isso não representaria custo para o governo do estado. “Mas não tem prazo ainda para a concretização dessa operação. Que agora depende muito da CBTU (Companhia Brasileira de trens Urbanos) e da Codern (Companhia Docas do RN, responsável pela administração do porto)”, disse, acrescentando que na última quinta-feira já tratou do assunto coma  diretoria da Codern.

Por meio da assessoria de imprensa, a CBTU disse que até a tarde de ontem não havia recebido documentação  oficial de sua administração central, localizada no Rio de Janeiro, comunicando sobre o “acordo”. “De qualquer forma, a companhia está à disposição para ajudar no que for preciso para melhorar a logística do estado”, completou.

 A solução de transporte por via férrea foi cogitada pela primeira vez, no atual governo, durante reunião com investidores do setor eólico, realizada no dia 25 de fevereiro.

Projeto

De acordo com a ideia apresentada aos investidores, os equipamentos sairiam do Porto direto para os vagões, que seriam descarregados em áreas onde o acesso das carretas fosse mais fácil. O trem poderia seguir até Ceará-Mirim, onde termina a malha ferroviária da CBTU.

Como as peças usadas para montar os parques eólicos são de grande porte, tem sido difícil manobrá-las nas proximidades do porto. “O problema não é chegar ao porto. É tirar a carga do porto, porque ele está localizado no centro da cidade e fica difícil para as carretas fazerem curvas nessa área”, disse à época da reunião o diretor-presidente da Energisa, Ricardo Botelho.

Nas vias da Ribeira, carreteiros viram “malabaristas”

Uma mostra do quão difícil tem sido a movimentação das carretas que transportam equipamentos eólicos pode ser vista na noite da última quinta-feira, quando quatro veículos partiram do porto de Natal carregados com pás, usadas na montagem dos geradores de energia. Sob olhar de dezenas de curiosos e orientação de escoltas  credenciadas e de agentes do departamento de trânsito do município, os caminhoneiros precisaram fazer verdadeiros malabarismos na avenida Duque de Caxias, na Ribeira, próxima ao porto. “É complicado, mas a gente dá um jeitinho”, disse o motorista José Luis Soares, da empresa Irga, encarregada do transporte.

 O engenheiro de transporte da companhia, Renato Cortez, frisou que o fato de o porto estar instalado numa região central da cidade dificulta a movimentação das carretas. “É diferente do porto de Suape, que está na beira da estrada”, frisou. A previsão dele era que as carretas fizessem em dois dias o percurso rodoviário. O destino dos equipamentos é o parque eólico que a Wobben está implantando no município de Parazinho, a 116Km da capital.

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