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Ministério reconhece RN como área livre da praga de banana

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FRUTICULTURA - A banana vem sendo produzida no Estado no município de IpanguaçuO Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou instrução normativa  assinada pelo secretário de Defesa Agropecuária, Gabriel Alves Maciel, que reconhece o estado do Rio Grande do Norte como área livre da praga Sigatoka Negra (Mycosphaerella fijiensis). Além do RN, Paraíba, Pernambuco, Goiás e Bahia são considerados áreas livres da doença que ataca plantas de bananeiras. Embora inócua para o ser humano, a praga, de fácil disseminação, é economicamente devastadora.

O engenheiro agrônomo Wirlan Barros de Oliveira explica que existem dois tipos de Sigatoka – a Amarela e a Negra, que é mais severa. Na América Central, por exemplo, onde a Sigatoka Negra tem maior incidência, os produtores realizam mais de 50 aplicações de fungicida nos bananais e, mesmo assim, não conseguem mais combater a praga. Este fungo entrou no Brasil pela Amazônia e já atingiu diversos estados do Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

Uma das maiores exportadoras de banana do Rio Grande do Norte é a multinacional Delmonte Fresh Produce Brasil, com atividade em 52 países na produção de frutas. A expectativa é que até o fim ano, a empresa exporte mais de quatro milhões de caixas de banana produzida no município de Ipanguaçu, onde geram 2.500 empregos diretos.

Durante a 17ª Reunião Internacional da Associação para a Cooperação em Pesquisas de Bananas no Caribe e na América Tropical (Acorbat), realizada no último mês de outubro em Joinville (SC), um dos maiores pesquisadores do cultivo da banana em todo o mundo, Moisés Sotto, da Costa Rica, recomendou o Nordeste brasileiro como a melhor área mundial para a atividade. Essa declaração diante de 1.000 pesquisadores e produtores de 39 países pode abrir novas portas para o mercado internacional.

Com a publicação da instrução, fica liberado o trânsito de plantas e partes de plantas de bananeira e hilocônias (da mesma família das bananeiras, plantas ornamentais consideradas flores tropicais e exportadas para outros países) para qualquer estado brasileiro, sem maiores restrições.

Para caracterização de área livre da Sigatoka Negra, o estado deve cumprir várias exigências estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, entre as quais, descrever a situação da cultura da banana (área plantada, variedades cultivadas, estimativa de produção, destino da produção, etc); apresentar, em mapa cartográfico, as rotas de trânsito de banana no estado; e elaborar mapa georreferenciado, identificando áreas de produção comercial e focos de ocorrência da praga.

No período de janeiro a setembro deste ano o RN exportou 61,3 mil toneladas de banana o que gerou uma receita de US$ 17,9 milhões. Comparado com igual período de 2005, em que foram exportadas 48,1 mil toneladas com ganhos de US$ 14,1 milhões, houve um crescimento de 27,48%.

Originário da Ilhas Fiji (no Pacífico), o fungo da sigatoka negra foi identificado em 1998, nos municípios amazonenses de Benjamim Constant e Tabatinga, de onde se espalhou para outros municípios do estado e para o Acre, Rondônia, Pará, Roraima e Mato Grosso.

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