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Mitos e verdades sobre os EUA

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Entender como, quando e por que os Estados Unidos se tornaram e se mantêm como a “única grande potência econômico-militar” tem sido a tarefa de uma legião de historiadores e estudiosos de diversas áreas do conhecimento. As explicações nem sempre são coincidentes, mas pelo menos um veredicto comum, acerca do futuro dos EUA, mantém-se constante: o novo imperialismo norte-americano é, atualmente, um novo militarismo, que terá conseqüências desastrosas para os Estados Unidos e para o mundo.

O sociólogo Michael Mann, professor de Sociologia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, está entre os que abraçam este argumento e provam que estão certos. Ao dissecar dados sobre os recursos econômicos, políticos, militares e ideológicos acessíveis aos Estados Unidos, Mann expõe a assimetria e a desigualdade de um “império incoerente”, que fermenta a desordem mundial. Segundo ele, a estratégia de Washington demonstra uma esquizofrenia política. Essa tendência seria manifestada na cisão entre o multilateralismo e o unilateralismo, sobreposta a uma efetiva falta de habilidade em administrar regiões estrangeiras ou controlar seus supostos Estados aliados ou colaboradores. Considera inconsistentes os fundamentos econômicos e ideológicos desta política externa, cuja estratégia é intervir em países frágeis do Terceiro Mundo, exercendo poder, mas não autoridade. O autor sustenta que os líderes norte-americanos colocam-se como condutores da economia global, mas não conseguem dominá-la, e impelem países mais pobres a um neoliberalismo impopular e improdutivo.

Em episódios de impasses políticos internacionais os EUA acenam com promessas ideológicas. Proclamam valores como democracia, liberdade e progresso econômico – conceitos contrapostos à brutalidade do militarismo utilizado nas crises e intervenções, que conduzem à estagnação. Ao analisar a ação no Afeganistão, a guerra contra o terrorismo e as ameaças aos “estados párias”, especialmente Iraque e Coréia do Norte, Michael Mann investe contra a política externa da Casa Branca. Mostra por que essas diretrizes estão fadadas a criar mais terroristas internacionais, aumentar a demanda por armamentos, produzir guerras e provocar uma “cruzada” contra os muçulmanos. Diante dessas variáveis contraditórias, produtoras de um mundo cada vez mais perigoso, o autor advoga novas estratégias de liderança mundial.

O livro de Mann é O Império da Incoerência (378 páginas. R$ 51,90. Record) e não está sozinho na prateleira dos lançamentos que criticam os EUA. Em Mitos sobre a fundação dos Estados Unidos (390 páginas. R$ 55,90. Record)), o historiador Ray Raphael sacode um pouco da purpurina que envolve a formação da nação norte-americana e mostra a verdadeira face da revolução que a separou dos ingleses. “Durante boa parte do século XIX, escritores e oradores esconderam a verdade nua de uma guerra civil sangrenta detrás de fábulas glamourosas construídas a partir de meros fiapos de indícios”, revela o autor.

Essas histórias, inventadas há muito tempo, persistem em livros didáticos e de divulgação histórica por todo o território americano, apesar dos recentes avanços do conhecimento que refutam a sua veracidade. Por que o apego a essas anedotas? Raphael responde que há três razões, estreitamente entrelaçadas: “elas nos dão uma identidade coletiva, são boas de contar e achamos que são patrióticas. Gostamos de ouvir histórias sobre o começo da nossa nação porque elas ajudam a nos definir como povo. Os americanos sempre usaram a palavra ‘nós’ ressaltando a sensação de ter um passado em comum.”

Terras maranhenses

Experimente o leitor declarar em qualquer roda de “intelectuais” que já leu e, ainda mais, gostou dos romances de José Sarney. Ouvirá poucas e boas, até mesmo de quem nunca leu Saraminda ou O dono do mar. Há preconceitos contra Sarney, por ter sido um ex-presidente desastrado, e também contra a literatura regional. Do Maranhão se admite, no máximo, Josué Montello. Pois bem! A editora Imago mostra que a literatura maranhense vai muito bem obrigado, lançando A paixão segundo Alcântara e novos poemas (103 páginas. R$ xx), de Luís Augusto Cassas, elogiadíssimo por Ferreira Gullar, de quem bastam os versos “XIX séculos/apodrecem qualquer pão./XIX séculos/cansam qualquer eternidade”, do poema A ceia dos Apóstolos, para atestar a terna liberdade com que o poeta lida com as palavras. E para a viagem a São Luís ficar completa, com as fontes e leões de pedras franceses, os azulejos, velhos casarões e becos de preta Minas, tem também a antologia de crônicas de Arlete Nogueira Cruz: Sal e Sol (316 páginas), também da Imago. 

Filosofia tomista

A Academia Brasileira de Filosofia e a Editora Sétimo Selo selaram uma parceria para a realização do curso “Caminhos de Santo Tomás”, que tem como propósito divulgar alguns aspectos relevantes da obra do grande filósofo medieval. O curso será aos sábados e terá duração de dois meses, entre 12 de agosto e 7 de outubro, a partir das 13 horas, na sede da Academia Brasileira de Filosofia. Os temas serão os seguintes: “A política em Tomás de Aquino”; “A demonstração da existência de Deus em Tomás de Aquino”; “O tomismo na literatura: o caso de G. K. Chesterton”; “O tema dos anjos em Tomás de Aquino”. Os interessados podem obter mais informações pelo tel. (21) 2242 76 34 ou no site www.edsetimoselo.com.br ou [email protected]

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