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Moacir Potiguar Júnior: “Shopping de carro é uma tendência”

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Airton Bulhões – Editor de economia

O empresário Moacir Potiguar Jr faz questão de dizer que é formado na universidade da vida, começou a ajudar aos 9 anos seus pais, Moacir Potiguar e Juanita Potiguar que era representante comercial de confecções, e chega agora aos 42 anos comandando ao lado da mãe, Juanita Potiguar e do irmão, Joacir Potiguar as empresas–Consórcio Redenção (veículos e imóveis) e o Natal Auto Shopping (veículos) inaugurado na BR-101 que reúne 42 lojas de veículos novos e usados. Nessa entrevista ele fala sobre a nova tendência dos donos de lojas de veículos de centralizarem as compras num só local, onde o consumidor tem a opção de escolher seu carro sem problema de ficar circulando no comércio por várias lojas para realizar sua compra. Para chegar aonde chegou até hoje, ele iniciou sua trajetória trabalhando no Rio de Janeiro como ofice boy, numa empresa de perfuração, a Marlim do Brasil. Depois foi morar nos Estado Unidos onde trabalhou na Lumis do Brasil. Voltou para o Brasil e passou três anos em São Paulo onde trabalhou no ramo de confeções. Na volta a Natal adquiriu o consórcio Caixa Forte (consórcio de automóveis) em sociedade com o irmão Joacir Potiguar. Um ano depois saíram do Caixa Forte e compraram a carta do Consórcio Redenção originária de São Paulo.  Antes, em 1990 também tiveram a revenda de Jet Ski (Redenção Náutica) e uma de veículos da marca Suzuki. A partir de 1997, inauguraram a loja Redenção e em 2002 a Nissauto (revendedora Nissan), além da Empreendimentos Imobiliários (construção de condomínios Green Club)  em sociedade com outros empresários.

Como o senhor analisa essa tendência dos empresários do  ramo de automóveis de Natal partirem para centralizar as vendas de veículos num shopping especializado ?
Eu acho que está faltando hoje as pessoas tempo para fazer tudo. O primeiro pensamento que eu tive há mais de 10 anos atrás quando tentei fazer um shopping de lojas de automóveis num terreno na avenida  avenida Capitão Mor-Gouveia. Para mim a facilidade do cliente chegar num shopping desse porte que estamos entregando a cidade – limpo, com  a variedade de 800 carros para você escolher, isso é uma comodidade muito grande, é a mesma coisa como  a um shopping center comprar qualquer objeto.

O senhor acha que o natalense vai se adaptar bem a essa experiência de vir comprar seu veículo num shopping especializado ?
Além de empreendedor do shopping eu tenho uma loja de automóveis eu estou apostando no Natal Auto Shopping, porque o cliente da minha loja – Consórcio Redenção vai deixar de ir lá onde eu tenho entre 40, 50 carros, para vir num espaço que tem 800 veículos. É muito melhor para ele comparar preços, comparar produto e sair já com o carro, porque ele não vai ficar de loja em loja, perdendo tempo com estacionamento e procurando aquele carro que é o ideal para ele.

Qual o custo que o empresário tem para participar com sua loja num shopping desse porte ?
O custo de montar uma loja no shopping talvez seja mais barato do que fazer uma loja de carro própria. Ele paga hoje R$ 150 mil de luvas para um contrato de 10 anos e  R$ 4 mil de aluguel mensal, mais taxa de condomínio e taxa de propaganda. Se você for para a ponta do lápis e remodelar qualquer prédio vai custar em torno de R$ 100 mil e o aluguel que é mais ou  menos isso ai, sem estar num ponto privilegiado como esse que nós temos aqui.

O senhor não acha que  por estar distante do centro comercial isso não cria um certo obstáculo para atrair compradores ?
Eu acho que o maior problema em Natal é o de estacionamento e nós temos uma área disponível com 140 vagas, além disso o comprador não vai ter que enfrentar trânsito para ficar circulando de loja em loja para escolher seus carro. No shopping o cliente tem acessibilidade e estacionamento, o comprador tem o conforto com uma ampla área pode até trazer seus filhos para brincar no parque infantil, temos lanchonete,  tudo é mais cômodo.

Na sua visão qual a vantagem que tem o consumidor de comprar um seminovo se o carro zero quilômetro tem crédito a vontade ?
O crédito para o seminovo hoje também está muito facilitado e uma das vantagens de comprar um seminovo é que como o carro zero está muito fácil de comprar, isso faz  com que o seminovo seja bem mais barato do que o novo. As vezes compensa a pessoa comprar um seminovo de uma loja que tenha procedência, que seja um carro garantido e o crédito também está muito facilitado para o seminovo, sem falar no desconto negociado com o comprador.

A facilidade da comprar um carro zero não atrapalha a venda de um seminovo ?
Não, porque são preços diferentes, produtos e clientes diferentes. Existe o cliente que só quer comprar o carro novo e aquele que prefere só ter o benefício do preço do seminovo. As taxas de juros são quase equivalentes.

O senhor  acha que o mercado de automóveis em Natal já atingiu o seu ponto de saturação ?
Não, de forma nenhuma eu acho que o mercado de automóveis de Natal está se renovando. A venda de seminovo está sendo depurada, porque tem muita gente investindo com muito profissionalismo. O mercado está passando por uma fase de renovação, vai se dar mais atenção aos clientes,  escolha do carro será mais eficiente e mais correção aos negócios.

Quando o senhor se refere que faltava profissionalismo no setor, isso quer dizer que o mercado de automóveis em Natal é amadorístico ou semi-profissional ?
Eu posso dizer até que essa pessoal a maioria falta profissionalismo, como a concorrência é grande o profissionalismo está crescente no nosso ramo e acreditamos que a mudança do mercado é exatamente isso ai, nós vamos  depurar o mercado com  empresas que queiram fazer negócios e não de comerciantes de momento, como existia antigamente. A pessoa tinha algumas economias, comprava  três, quatro carros, daqui a pouco tinha uma loja e depois virava revendedor de carro, hoje isso não é mais assim, tem o profissional do ramos de automóveis – são verdadeiras empresas sérias e muitas delas grandes e hoje já chegam a faturar R$ 8 milhões por mês, vendendo o seminovo.

O  senhor acha que esse corredor da BR-101, poderá ser uma nova vitrine de revendedoras de veículos ?
Acredito que sim, na BR-101 temos em torno de  8 a 10 concessionárias de veículos, dois shoppings de carros seminovos. Eu diria que lugar de comprar hoje um seminovo é aqui. Até pelo preço do custo de um terreno na Prudente de Morais não comporta mais você ter uma concessionária naquela avenida ou loja de seminovos pelo preço do terreno. Veja o problema da avenida Bernardo Vieira a falta de estacionamento está fazendo com que muitas lojas deixem o local e procurem outras áreas.

O senhor acha que a novidade que é o shopping de carro já está mexendo com o mercado natalense ?
Já, porque existia eu não sei se você sabe um shopping operando em Natal, pouco divulgado, mas existia, como nosso empreendimento  tem muita visibilidade, realmente está mexendo com o mercado. No dia da inauguração do Natal Auto Shopping, nós tivemos aqui mais de três mil pessoas – sábado e domingo, isso aqui parecia um shopping center convencional. As pessoas estão surpresas com o que estão vendo, estão felizes porque o local é agradável para os lojistas, para os clientes e para quem nos visita. Mesmo que a pessoa não queira vir comprar um carro zero ou seminovo está vindo aqui conhecer e passear. Eu vou até comparar – quando as pessoas chegam na praia da Pipa dizem que não tem muita coisa para ver, além da praia, mas o local é muito agradável, isso ocorre a mesma coisa com o Auto Shopping, só temos carros para mostrar, mas o local é muito agradável.

Qual a estrutura do Natal Auto Shopping  e o investimento feito ?
Temos 42 lojas, sendo 36 de automóveis e outras seis que incluem financeiras, corretoras de seguros, kits, clube (brinquedos para crianças) e lanchonete.   Estamos tentando trazer para cá um  posto do Detran para prestar serviço aos nossos clientes. Sobre o investimento, prefiro não revelar, mas posso adiantar que terá um retorno somente com 10 anos de funcionamento.

O senhor não acha que o mercado de automóveis está muito aquecido e com o aumento das taxas de juros, isso não pode frear esse “boom” ?
Eu acredito que o mercado está aquecido demais, eu imagino que até o final do ano teremos uma redução muito pouca e vai ter um certo equilíbrio. Acho que o mercado de automóveis chegou no seu limite de vendas. As pessoas não vão adquirir carro com tanta voracidade como agora. Acho que o mercado vai se estabilizar e prosseguir com seu curso normal. A demanda reprimida influenciou muito. As pessoas passaram muitos anos sem poder comprar um carro, outros que não sonhavam nem com isso estão comprando seu primeiro carro. 

Até um ano e meio atrás ninguém imaginava que o juro ficasse mais barato com prazo longo, comprar um carro em 72, 90 meses só se fosse através de consórcio e olhe, olhe.

O mercado de carros importados também cresceu muito em Natal ?
Cresceu muito, acredito que até mais do que o nacional, por conta do preço do dólar. Agora uma coisa que muita gente mistura é que algumas marcas não são mais importadas mais como Citroen, Peugeot, Renault, Nissan, todos já são fabricados no Brasil. Algumas pessoas ainda pensam que são carros importados.

É verdade que existem filas de espera para compra de carros novo em Natal ?
Existe, para carros nacionais de importados, alguns modelos com filas de 30 dias e até 90 dias. Eu não falo quais os modelos para não despertar protesto das concessionárias. Tem carro de R$ 300 mil que o cliente tem que esperar de três a seis meses.

Como o senhor analisa a política do governo que está aumentando as taxas de juros, isso não vai afetar o setor de revenda de veículos ?
Isso depende muito do mercado mundial, nós estamos sofrendo aqui o reflexo que o mundo vem passando. Quando a economia estava estabilizada o presidente Lula dizia que era por ser  da nossa política econômica e os heróis eram nossos gestores econômicos. Como agora está ocorrendo uma mudança , a culpa é do  mercado mundial. Eu não sou economista, mas acredito que tanto a parte boa como a parte ruim depende muito mais do mercado externo do que do nosso pequeno mercado. Vamos depender sempre do mercado externo.

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