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Mora na filosofia

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Tádzio França
Repórter      
Conciliar pensamentos, sentimentos e ações é uma antiga busca humana que está fazendo ainda mais sentido nos dias de hoje. Uma harmonização pessoal que tem na filosofia um dos seus principais caminhos. Ao completar 63 anos neste conturbado ano pandêmico de 2020, a organização internacional Nova Acrópole reafirma seu papel de caráter filosófico, cultural e social em tempos de adversidade. Mora na filosofia o interesse pela sabedoria e pela verdade.   
Ingrid Gurgel, professora diz que instituição estimula pensamento livre
A Nova Acrópole procura dar à filosofia um sentido prático e ativo. É dessa forma que ela está presente no mundo em mais de 60 países, atuando através do trabalho voluntário, e oferecendo ferramentas para estimular o pensamento livre. Para Ingrid Gurgel, professora de filosofia e voluntária, é totalmente espontânea a busca pela sabedoria que a organização desperta em seus muitos alunos. “É uma necessidade de entender a vida. De conhecerem a si mesmas, de entender qual o nosso propósito como ser humano, qual o sentido da evolução. É a busca pelo sentido da vida”, analisa.
Exibir a filosofia como um estudo acessível, em meio a sua complexidade, é um mérito que a Nova Acrópole possui. Ingrid ressalta que isso tem muito a ver com a forma como a instituição expõe seu conhecimento. “Através da doutrina do oriente ou do ocidente, de Platão, Buda ou Marco Aurélio, vemos ensinamentos que nos ajudam a entender melhor o ponto de vista do outro, não julgar, enfrentar os desafios da vida, superar nossos medos, desenvolver virtudes, entender a alma humana, querer melhorar a cada dia”, diz ela, enfatizando que isso torna a filosofia mais acessível.
O programa curricular da Nova Acrópole também oferece filosofia para crianças e jovens, já que segundo Ingrid, é essa a postura prática do filósofo que a organização almeja desenvolver. “Essa forma de ver a vida é própria de todo ser humano”, afirma. “Se perguntássemos a cada um dos nossos alunos sobre o porquê de nos procurar, cada um contaria um motivo diferente, mas todos querem acumular sabedoria e buscar um sentido em nossa existência”, diz. O mesmo programa de estudos é realizado em todas as sedes de Nova Acrópole ao redor do mundo.  
Filosofia x Pandemia
No momento em que o isolamento limitou a vida social e o cotidiano das pessoas foi profundamente afetado, leitura e reflexão tem sido alternativas para não só manter a saúde mental, mas também tentar entender o que está acontecendo. Ingrid Gurgel afirma que a filosofia ajuda as pessoas a aprender com as adversidades, a refletir sobre o porquê das questões mais problemáticas.
“Tudo na vida, segundo os filósofos antigos, existe por uma necessidade e uma finalidade. Qual a necessidade dessa experiência? O que o ser humano deve aprender com tudo isso? Em tempos de pandemia, podemos refletir sobre como nos relacionamos com a dor, com a morte”, diz. A professora ressalta que o isolamento que provoca tanta angústia e ansiedade nas pessoas, pode fazer refletir sobre “o quão pouco conhecemos a nós mesmos, o quanto não dominamos nossas emoções”. Entender o porquê da dor também faz parte da filosofia.
A pandemia também afetou o funcionamento da Nova Acrópole, que agora está realizando suas aulas em formato virtual, e ampliando as ações beneficentes. No Brasil, em cidades como Fortaleza e Manaus, foram doados mais de mil quilos de alimentos não perecíveis a instituições de caridade, assim como distribuições de refeições para moradores de rua”, explica. Em Natal já foram distribuídos mais de 800 capotes descartáveis para os profissionais da saúde nos hospitais da rede pública, como a Liga de Apoio Contra o Câncer e o Walfredo Gurgel.
Ao longo de seis décadas, Ingrid acredita que o perfil das pessoas que procuram a Nova Acrópole não mudou. “São muitos tipos de pessoas, mas o objetivo é um só, alguém que quer conhecer a si mesmo, que quer entender mais os mistérios da vida, que quer contribuir para um mundo melhor”, afirma. Ela acredita que a internet tem sido uma aliada no contexto atual, pois o alcance da instituição tem sido cada vez maior.
“O nosso canal nacional do Youtube tem hoje mais de 400mil inscritos e temos palestras com mais de 1 milhão de visualizações. Hoje, a maioria dos alunos que chegam aos cursos vem através da divulgação dos nossos conteúdos nas mídias digitais”, conta. O curso se desenvolve por meio de aulas expositivas e ao mesmo tempo práticas, com exercícios propostos para refletir e aplicar na vivência diária. A estrutura oferece oportunidades para desenvolver, por meio de oficinas, trabalhos voluntários e cursos de aprofundamento.
Para a pós pandemia, Ingrid Gurgel acredita que a Nova Acrópole vai manter sua dinâmica de sempre: fazer com que mais pessoas descubram e vivam a filosofia. A organização foi fundada em 1957 na Argentina, por Jorge Angel Livraga Rizzi (1930-1991), historiador e filósofo. Ele fundamentou sua criação em três princípios: fraternidade, baseado no respeito pela dignidade humana, além de quaisquer diferenças; conhecimento, promovendo o amor à sabedoria através do estudo comparativo de filosofias, religiões, ciências e artes; e o desenvolvimento humano, promovendo sua realização como indivíduo e membro ativo da sociedade. 
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