Moradores do Bom Pastor, nas proximidades da avenida Lima e Silva com a Henrique Dias, ameaçam entrar com uma ação civil pública na Promotoria do Meio Ambiente contra a empresa Limp Express, que presta serviços de transporte de lixo. Há mais de um ano eles reclamam do mau cheiro do local, ocasionado pela transferência dos resíduos das caçambas de coleta aos caminhões de transporte.
A comunidade alega que tem sofrido problemas de saúde e prejuízos financeiros, já que a empresa está localizada em meio a escolas infantis, residências e estabelecimentos comerciais. Inclusive, há uma praça pública em frente que está praticamente inutilizada, pois ninguém agüenta o fedor.
O presidente da Associação Cultural do Bom Pastor, Cassiano Pontes, também coordena o Grupo de Idosos Alves da Costa, que funciona ao lado da empresa. Segundo ele, na tarde da última terça-feira foi preciso dar fim aos ensaios e trabalhos que estavam sendo desenvolvidos porque os idosos não conseguiam suportar a fedentina.
“Eles não conseguiam nem lanchar. As pessoas estão adoecendo e não sabemos mais a quem recorrer, pois já tentamos a Urbana e eles dizem que nada podem fazer. Na empresa nunca tem ninguém para nos escutar também. Por isso, resolvemos fazer um abaixo-assinado”, explica ele.
O marceneiro Ítalo Nascimento Freire, conta que de vez em quando tem acessos de vômito. “Eu quase não almoço mais e meu filho já foi até parar em hospital porque também se recusa a comer.”
O presidente da Urbana, Josenildo Barbosa, esclarece que o único vínculo que o órgão tem com a Limp Express é na Zona Norte. “Não temos nada a ver com isso. Eu nem sabia que essa empresa fazia esse serviço no Bom Pastor”, garante ele, que ficou de acionar uma equipe para apurar o fato no local ainda hoje.
A diretora da empresa, Fernanda Teixeira de Medeiros, defende que nunca nenhum morador a procurou para fazer qualquer tipo de reclamação. Ela explica que no início da semana um dos caminhões que fazem a prensa do lixo quebrou e eles precisaram descarregá-lo na empresa, já que não teria outro lugar para fazer isso.
“Foi um caso isolado e que nós já resolvemos. Queremos enfatizar que nossa empresa não armazena lixo, apenas o transporta até o aterro sanitário.” A direção garante que tem licença do Idema para funcionar no local e se coloca à disposição da comunidade para resolver qualquer prejuízo.
