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Moradores da Redinha preparam protestos

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PROTESTO - Moradores vão realizar movimentação na Assembléia, Governadoria e PrefeituraOs moradores da Redinha e áreas adjacentes irão se organizar e programam ações de protesto. Temendo perder as casas, diante da pendência judicial criada em torno da Área de Preservação Ambiental (APA) de Jenipabu, a população local está começando a se unir e pretende fazer movimentações na Assembléia Legislativa, Governadoria e prefeitura de Extremoz.

Na noite da última quarta-feira, cerca de duzentos moradores e proprietários de imóveis na Redinha se reuniram ao lado da avenida Litorânea, a fim de receberem informações sobre o caso. De fato, o desconhecimento sobre a situação jurídica da área é o que tem afligido mais a população local. De forma que ninguém sabe ao certo quem está ou não em área proibida.

“Ninguém vai pregar a violência, mas ninguém também é obrigado a ficar de joelhos. Ninguém é bobo e todo mundo sabe que essa área vai ser alvo de grande disputa”, disse o advogado Gileno Guanabara, contratado para defender os moradores da área, que receberam no último sábado um aviso da Cosern visando que teriam o fornecimento de energia cortado.

Na reunião de ontem, o advogado leu para os presentes vários pontos da petição inicial do Ministério Público que originou a decisão judicial ordenando o corte de energia e de água nos imóveis do local. Ele criticou alguns relatórios que indicam a degradação da APA, mas não especifica os autores das agressões. O pedreiro José Nilson Linhares mora na Redinha desde 1994. Ele é um dos que participaram da reunião deste semana, e sabem que a justiça deu um prazo de sessenta dias para que o Idema corrobore a definição da área de preservação. “Eu sei que por enquanto nenhuma casa vai sair de lugar nenhum. Mas muitos aqui não sabem, e essa reunião é exatamente para isso”, explicou.

Ele confirma que o que mais os moradores precisam neste momento é de orientação. Mas para algumas outras pessoas, a situação de tensão está sendo aumentada com objetivos políticos. Para o empresário do ramo imobiliário Ronaldo Macedo, tudo não passou de um mal-entendido que já está sendo resolvido. “Na minha opinião tudo isso é uma jogada política. Aqui na Redinha há problemas muito mais graves, como a falta de segurança ou o lamaçal nas ruas. A justiça mesmo já está resolvendo tudo, mas depois vai aparecer candidato dizendo que resolveu o problema. Se você procurar nesta reunião, tem candidato pra tudo”.

MP vai realizar uma audiência de conciliação

O Ministério Público está programando uma audiência de conciliação entre as partes envolvidas na situação, para que tudo possa ser resolvido de forma mais célere. A promotora de Extremoz Ethel Ribeiro está convocando o governo do Estado, o Idema, a prefeitura de Extremoz, a Cosern e o Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE).

A representante do Ministério Público quer ver das partes se estão cumprindo as determinações da justiça. “Quero ver se cada um está cumprindo a sua parte. Com exceção do SAAE e da Cosern, que tiveram o prazo estendido, os outros já têm os prazos valendo, inclusive com previsão de multa para atrasos”, explicou.

A audiência já foi solicitada e deve ser marcada para o mês de janeiro do ano que vem. A promotora explicou que na ação do Ministério Público já há um mapa com as devidas áreas, mas que é preciso que o Idema confirme as delimitações. “Não é obrigação nossa definir esses parâmetros, mas sim dos órgãos técnicos”, disse.  

Comerciante teme derrubada das casas

Isabel Fernandes, 48 anos, mora na Redinha desde 1993. Na noite da quarta-feira ela saiu de casa a fim de participar da reunião dos moradores, e entender porque terá que ver seu imóvel perder a água e a luz. “Isso é terrível. Como alguém vai viver assim? Então a gente já sabe que o próximo passo é derrubar as casas mesmo”, disse.

A comerciante conta que já não mora na Redinha porque fugiu com medo da violência. Mas que nem por isso quer perder a casa que comprou legalmente, da qual tem até escritura pública. Isabel conta que ainda pretende se inteirar da situação, para tomar uma providência. “A ficha ainda não caiu. Foi uma medida que atingiu muita gente e tem alguns que até passaram mal. Fomos todos surpreendidos com essa medida da Justiça”, contou.

Carlos Medeiros, um funcionário público, mora na rua Merluza, há 15 anos. “Não é possível a situação continuar como está. Nós não somos posseiros. Compramos nossos imóveis com escritura e autorização do Idema, para agora passarmos pela experiência de receber aquela carta da Cosern”, falou revoltado. Mesmo sem terem informações suficientes, para os moradores, o problema está sendo causando por ingerência das esferas do poder público, que não se entendem.

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