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Moraes Moreira: Eterno novo baiano

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São Paulo (AE) – O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na madrugada desta segunda-feira, 13, aos 72 anos. A causa da morte foi um enfarte. Ele estava dormindo. Nascido em Ituaçu, na Bahia, o cantor se projetou na carreira com o grupo Novos Baianos, ao lado de Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, poeta com quem escreveu os sucessos Preta Pretinha e Mistério do Planeta. 
Em 1975, ele saiu da banda e iniciou uma vitoriosa carreira solo, tornando-se um dos pioneiros do trio elétrico no Brasil. No ano passado, estreou o show Elogio à Inveja, com músicas de outros autores. 
Artistas e personalidades lamentaram a morte de Moraes Moreira. O jornalista e escritor Xico Sá lembrou que Moreira era um cordelista e que fez um folheto sobre a pandemia do novo coronavírus. Sá reproduziu uma estrofe: “até aceito a Polícia / Mas quando muda de letra / E se transforma em milícia / Odeio essa mutreta / Pra combater o que alarma / Só tenho mesmo uma arma / Que é a minha caneta”.
O músico e apresentador Luiz Thunderbird lembrou do show que Moreira apresentou no Festival de Águas Claras. “Inesquecível show que assisti no Festival de Águas Claras, ele, o violão, nos entretendo por duas horas. Vai sereno, Moraes”, escreveu.
A cantora Gaby Amarantos relembrou da música Sintonia. “Obrigado por tanta música e criatividade”, agradeceu a artista paraense.
Moreira em Natal
A última vez que o cantor e compositor Moraes Moreira se apresentou em Natal foi no carnaval de 2017.  Na capital potiguar ele deixa saudades por ter sido um dos responsáveis por reerguer a festa de momo na cidade, como ele próprio reivindicava esse papel, ao lado de artistas como Elba Ramalho e Alceu Valença. 
Moraes Moreira cantou seus sucessos, do balanço do frevo à guitarra baiana, pela última vez em Natal na sexta-feira de carnaval de 2017. Foi naquele ano que ele completou 70 anos de idade (Em julho deste ano ele faria 73).  O cantor se apresentou em um palco montado na Praça Ecológica (Praça do Gringo’s), no Polo Ponta Negra.
Além de Ponta Negra, em outros anos os shows do cantor também foram sediados no Polo Redinha. A mudança da zona Norte para a zona Sul se deu pelo espaço não comportar a quantidade de foliões que se aglomeravam para curtir as músicas do artista, conforme explicou o secretário de cultura de Natal, Dácio Galvão.
“O grande mérito contributivo de Moraes para a cidade foi o de reeguer o carnaval de Natal. Ele foi um dos colaboradores nessa perspectiva de se fazer um carnaval diverso, com as relações multiculturais que ele encapava: do rock, do frevo, do samba, da marcha, da canção popular ”, relata Dácio Galvão.
O ano de 2013, que o secretário considera como o momento inicial para o renascimento do carnaval no município, teve contribuição de Moraes Moreira. O artista que se apresentava com o filho, Davi Moreira, cobrava cachês abaixo do habitual, com a ideia maior de consolidar o carnaval na cidade. “Ele abraçou a causa. A gente não tinha grana e eles se sensibilizaram com o projeto”, disse o secretário. 
Até 2017, Moraes Moreira se apresentou em cinco carnavais consecutivos em Natal, que ele se orgulhava em ter feito crescer. “Ele fazia questão de reivindicar para si a parcela de contribuição que teve”, lembrou Dácio Galvão.
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), o artista multifacetado, antes do carnaval de 2017, esteve em Natal no ano anterior para participar do Festival Literário de Natal (FLIN). Em novembro de 2016, faziam nove meses que ele havia passado a ocupar a cadeira número 38 da ABLC.
Ainda impactado com a perda do músico, Dácio destacou o quanto ele foi singular no que fez: “Vai deixar uma grande lacuna. Um outro Moraes Moreira não se fabrica mais. Ainda bem que o Brasil vai carregá-lo no DNA da cultura pela vida eterna”.
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