quinta-feira, 25 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Moro teria sugerido ‘melindre’ em caso que cita FHC, diz site

- Publicidade -

São Paulo (AE) – O ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, questionou, em 2017, em suposto diálogo com o procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato, uma investigação envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Nas mensagens divulgadas nesta terça-feira, 18, pelo site The Intercept Brasil, Sergio Moro afirma que a apuração poderia “melindrar” alguém cujo apoio era importante para a operação.

#SAIBAMAIS#O site também publicou supostos diálogos entre os procuradores nos quais eles concluem que a investigação sobre doações de Grupo Odebrecht – que diz colaborar com a Justiça – para o Instituto Fernando Henrique Cardoso se resumiria a um crime tributário, o que enfraqueceria a acusação contra o Instituto Lula e a Lils, a empresa de palestras e eventos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ambos investigados pela força-tarefa.

O Ministério da Justiça divulgou nota nesta terça em que reafirmou que Moro “não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido editadas e manipuladas, e que teriam sido transmitidas há dois ou três anos”.

“Nunca houve interferência no suposto caso envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi remetido diretamente pelo Supremo Tribunal Federal a outro juízo, tendo este reconhecido a prescrição”, afirma o comunicado.

O ministério disse ainda que “a atuação do ministro como juiz federal sempre se pautou pela aplicação correta da lei a casos de corrupção e lavagem de dinheiro” e chamou de “mero sensacionalismo” a divulgação dos supostos diálogos.

A troca de mensagens relatada pelo site teria ocorrido no dia 13 de abril de 2017, um dia depois de a imprensa divulgar a informação de que a força-tarefa da Lava Jato havia enviado para a Procuradoria da República em São Paulo dados sobre supostas doações eleitorais por meio de caixa 2 para as campanhas eleitorais de Fernando Henrique em 1994 e 1998. Naquela época, os supostos crimes de caixa 2 eleitoral estariam prescritos.

Moro teria então questionado Dallagnol, coordenador da força-tarefa, sobre a iniciativa e alegado que o que vira na TV era muito fraco. O procuradora teria concordado com a fragilidade da prova e justificado o ato ao então juiz afirmando que era para passar um recado de “imparcialidade”. Foi então, que segundo o site, Moro teria demonstrado contrariedade, pois assim eles estariam melindrando alguém cujo apoio à Lava Jato seria importante.

Ainda de acordo com o site, Fernando Henrique seria citado em nove oportunidades pelos procuradores. Para o The Intercept Brasil, os procuradores teriam feito um “jogo de cena”, fingindo investigar o tucano em um caso que de antemão sabiam estar prescrito.

Conforme o site, em 2015, o procurador Roberson Pozzobon sugeriu aos colegas que investigassem o Instituto FHC no mesmo procedimento que tinha como alvo o Instituto Lula para mostrar que o grupo não possuía inclinação partidária.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas