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Morre aos 92 anos a atriz Beatriz Segall

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Morreu nesta quarta-feira (5), em São Paulo, a atriz Beatriz Segall, aos 92 anos. Ela estava internada no Hospital Albert Einstein e a causa ainda não foi divulgada.

Morre Beatris Segall

Beatriz estava internada já há algumas semanas no Hospital Albert
Einstein, em São Paulo, com problemas respiratórios. O velório será
realizado na própria instituição a partir das 19 horas, até por volta do
meio-dia de quinta-feira. Em seguida, no mesmo dia, o corpo da atriz
deve ser cremado em Cotia, na Grande São Paulo.

A carreira

Nem que quisesse Beatriz Toledo Segall poderia interpretar personagens
sem classes. Nascida, em 1926, numa família de classe média, o pai
dirigia uma prestigiada escola no Rio e ela teve educação esmerada,
segundo os padrões dos anos 1940 – piano francês e bordado. Amava o
teatro, mas quando anunciou à família que queria ser atriz, o pai quase
teve uma síncope. Meninas de boa família não subiam ao palco, naquele
tempo em que atrizes tiravam carteirinhas de prostitutas para exercer a
profissão. Mas, nos 50, quando recebeu uma bolsa para estudar francês e
literatura em Paris, não renunciou a nada.

No Brasil mesmo, já havia iniciado um curso de teatro com a grande
Henriette Morineau. A temporada na França foi gloriosa – prosseguiu
esses estudos, enamorou-se do filho – Maurício – do pintor Lazar Segall.
Casaram-se em 1954 e tiveram três filhos – Sérgio, Mário e Paulo. O
primeiro tornou-se um importante cineasta, assinando como Sérgio Toledo.
Foi premiado em Berlim, em 1987, com Vera. Durante dez anos Beatriz
permaneceu devotada à família, aos filhos. Em 1964, o ano do golpe
militar, retomou a carreira, substituindo Madame Morineau na montagem de
Andorra no Oficina, de José Celso Martinez Correia. Não parou mais. O
marido pertencia à ALN, tendo sido preso e torturado. Beatriz teve de
ser o arrimo da família nesse período difícil.

Brilhou em todas as mídias – no cinema estreou em 1950, com A Beleza do
Diabo, de Romain Lesage. Não filmou muito, mas participou de filmes
importantes – Cléo e Daniel, À Flor da Pele Pixote, a Lei do Mais
Fraco, Romance, Desmundo. Na TV, embora tenha participado de novelas de
grande sucesso – Dancin’ Days, Água Viva, Pai Herói, Sol de Verão,
Barriga de Aluguel, etc. – o grande papel foi como Odete Roitman, que
virou emblema de autoritarismo e corrupção em Vale Tudo, novela de
Gilberto Braga (com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères) na Globo, em
1988, há 30 anos. Consagrada como vilã, sua personagem inspirou o
mistério que, nem depois de solucionado – Quem matou Odete Roitman? -,
deixou de inspirar humoristas e autores.

No teatro, entre muitíssimas personagens, em montagens que fizeram
história – Os Inimigos, Marta Saré, O Inimigo do Povo, A Longa Noite de
Cristal, O Interrogatório etc -, foi uma extraordinária intérprete de
Edward Albee em Três Mulheres Altas contracenando com Natália Thimberg e
Marisa Orth na versão de 1995. Em 2009. recebeu do então governador
José Serra a comenda da Ordem do Ipiranga.

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