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Mortalidade cai, mas meta do milênio não será atingida

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O Rio Grande do Norte terá de intensificar as medidas para ampliar o ritmo de queda da mortalidade infantil sob pena de não atingir a meta contida nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de reduzir a morte de crianças a 23,9 em 2015. A projeção é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que hoje divulgou a Tábua Completa de Mortalidade/2007. De acordo com os dados, a mortalidade infantil caiu 51,7% em 16 anos, de 72,1 em 1991 para 34,8 no ano passado. Pela ritmo atual, chegaria em 2015 com uma taxa de 25,6 crianças mortas para cada grupo de 1 mil nascidas vivas.

O estudo do IBGE mostra que apesar de medidas adotadas nos últimos anos, que reduziram a desnutrição em crianças da faixa mais carente da população, ainda existe um grande fosso entre as regiões mais ricas as mais pobres. Enquanto no Nordeste a taxa média de mortalidade infantil é de 35,6, no Sul fica abaixo da metade: 16,1. No Sudeste a média é de 17,7. No Brasil, a meta é atingir a taxa média de 15 mortes, mas o país deverá chegar a 2015 com uma taxa de 18,2, muito acima de vizinhos como a Argentina e Chile, atualmente em torno de 10.

O estudo do IBGE também destaca a esperança de vida ao nascer. Os números mostram que uma mulher do Distrito Federal vive, em média, 13 anos a mais que um homem do Rio Grande do Norte. Na relação mulher potiguar e mulher do DF, a diferença é de cinco anos. Entre 1991 e 2007, os moradores do RN ganharam uma sobrevida de sete anos – de 63,2 para 70,4.

Segundo o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, se fossem eliminados os altos índices de morte por causas externas (violência urbana, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, afogamentos etc.) entre os homens jovens, o brasileiro poderia projetar mais 2 ou 3 anos de vida. Os homens que atingem 60 anos conseguem se aproximar mais das mulheres na esperança de vida.

Usando dados do Ministério da Saúde em relação a 2005, Oliveira mostrou que 91% dos homicídios naquele ano tiveram homens como vítimas. Entre as mulheres, numa proporção muito menor, os acidentes de trânsito ficam em primeiro lugar entre as mortes por causas externas. Segundo ele, essas mortes violentas atingiram 1,5 milhão de famílias em 2005 com todas as conseqüências econômicas e sociais da perda repentina de um parente ou a prisão do causador da morte.  Estamos perdendo pessoas em idade produtiva e anos de vida média em função da persistência dos altos índices de violência no País”, destacou Oliveira. Os dados  também indicam que os fatores violentos já são a segunda causa de morte entre os homens: 18,13%. É superada apenas pelas doenças do aparelho circulatório, 25,66%.

INSS adota nova tabela do fator previdenciário

Brasília (AE) – Com a atualização da tábua de vida pelo IBGE, que revelou maior expectativa de vida dos brasileiros, o INSS passa a usar, a partir de hoje, uma nova tabela do fator previdenciário. Os novos pedidos de aposentadoria por tempo de contribuição, que derem entrada a partir de hoje, já sofrerão a incidência da nova tabela que pode diminuir ou elevar o valor final do benefício, dependendo da idade do segurado e da expectativa de vida. Segundo o IBGE, a expectativa de sobrevida da população subiu para 72,6 anos contra 72,3 anos do ano anterior. Com isso, nas faixas de idade acima de 60 anos a nova tabela do fator previdenciário acrescentou em média mais 0,1 ano.

Num exemplo prático: um segurado com 60 anos de idade e 35 anos de contribuição tem, pela tabela atualizada, um fator 0,879 contra 0,887 da tabela anterior. Ao pedir o benefício, tendo R$ 2.868 como média de contribuições feitas ao INSS desde julho de 1994 – que é a base do cálculo – o novo fator aplicado resultará num valor final de R$ 2.520 de aposentadoria contra R$ 2.543, que resultaria da aplicação do fator anterior.

O secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, afirmou ontem que o aumento da expectativa de vida é uma conquista da sociedade. “Isso deve ser reconhecido, mas para a previdência manter um equilíbrio nesse cenário é preciso ter mecanismos de incentivo para os trabalhadores se manterem em atividade por mais tempo”, comentou. O fator, criado em 1999, é utilizado obrigatoriamente no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição.

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