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Mortalidade infantil tem queda de 67% no Brasil

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Lígia Formenti
Agência Estado

Brasília – O Brasil atingiu a meta assumida no compromisso Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de reduzir em dois terços os indicadores de mortalidade de crianças até cinco anos. O índice, que era de 53,7 mortes por cada mil nascidos vivos em 1990, passou para 17,7 em 2011. Os números integram o 5º Relatório Nacional de Acompanhamento, divulgado ontem em Brasília pelo governo.
Imunização de crianças, que no RN foi de 95% em 2012, ajudou a derrubar a mortalidade infantil
A meta foi atingida antes do prazo estipulado, 2015. A redução de morte materna, no entanto, não teve o mesmo sucesso. O documento admite que o Brasil dificilmente vai cumprir o compromisso de chegar em 2015 com no máximo 35 óbitos maternos a cada 100 mil nascimentos. Para isso, seria necessário praticamente reduzir pela metade os indicadores de 2011. Naquele ano, o número de mortes de mulheres durante a gravidez, o parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê era de 63,9 por cada 100 mil nascimentos.

#SAIBAMAIS#Embora ainda muito superior ao compromisso assumido, os índices de mortalidade materna no País já foram significativamente maiores. Em 1990, eram 143 por cada 100 mil nascimentos. “Os números melhoraram. Mas há ainda muito a que ser feito. Mortes no parto e por complicações do parto são evitáveis”, observou a representante da Rede Feminista de Saúde, Santinha Tavares.

Ela afirma que o combate ao problema é possível com a melhoria na qualidade da assistência, sobretudo durante o pré-natal. “De nada adianta a mulher fazer sete consultas durante a gestação, se elas não são forem de qualidade.” Santinha defende maior participação de profissionais enfermeiros especializados no parto. “Há uma resistência por parte dos médicos. Há uma luta de poder e quem sai perdendo é a gestante.” Outro ponto considerado por ela fundamental é a redução de cesáreas no País. “Elas aumentam o risco de infecção, tanto do bebê quanto da mãe.”

Objetivos do Milênio são metas estabelecidas em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e apoiadas por 192 países para serem alcançadas até 2015. Ao todo, são oito pontos: acabar com a fome e a miséria; universalização da educação primária; promoção da igualdade de gênero e autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade na infância; reduzir a mortalidade materna, interromper a propagação e diminuir a incidência de HIV/aids, universalizar o tratamento para a doença e reduzir a incidência de malária, tuberculose e outras doenças; qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, incluindo reduzir pela metade a proporção da população sem acesso permanente e sustentável à água potável e parceria mundial para o desenvolvimento.

Além dos indicadores de mortalidade de menores de cinco anos, o Brasil já atingiu a meta de redução da pobreza. A meta brasileira para essa área é mais ambiciosa que a mundial. O compromisso era reduzir a pobreza extrema a um quarto do nível de 1990 até 2015. De acordo com o relatório, em 2012, o nível da pobreza extrema era menos de um sétimo do nível de 1990.

A presidente Dilma Rousseff comemorou o dado. “Nós, de fato, reduzimos a desigualdade, não reduzimos tirando de ninguém, mas aumentando o crescimento da renda dos mais pobres. Os mais ricos do Brasil, a renda deles cresceu, mas foi muito menos do que cresceu a renda dos mais pobres. É uma onda que vai empurrando de baixo para cima todo mundo e a onda é mais forte naqueles que queremos pegar primeiro, que são os eternamente excluídos deste país”.

O relatório também ressalta o alcance integral da meta de reduzir à metade o porcentual da população sem acesso a saneamento. A meta foi atingida em 2012. De acordo com o trabalho, em 1990 53% da população vivia em moradias com rede coletora de esgoto ou com fossa séptica Em 2012, o porcentual subiu para 77%. O acesso à água também melhorou nesse intervalo de 70% para 85,5%.

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