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Mortes no trânsito subirão 86%

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SAÚDE - Em vinte anos, acidentes automobilísticos estarão entre as principais causas de morte no mundo, segundo estimativas da OMS

Genebra – Em 20 anos, as mortes no trânsito terão um aumento de 84,6% e os acidentes nas ruas e estradas  matarão mais que a aids. Dados apresentados ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que as sociedades viverão uma transformação nas causas de morte até 2030. A aids, que hoje mata 2,2 milhões de pessoas por ano, continuará aumentando até 2012. No entanto, a partir de 2012 deverá sofrer queda brusca fazendo 1,2 milhão de vítimas até 2030, e não acima de 6 milhões, como se previa anteriormente.  O relatório da OMS sobre as doenças no mundo é publicado apenas a cada cinco anos. Segundo a entidade, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo, superando aids, tuberculose, malária ou mesmo homicídios.

Os dados, porém, são de 2004, último ano em que a OMS levantou informações de todos os 193 países do mundo. Naquele ano, foram 58,8 milhões de mortes. Um quinto delas foi de crianças de até 5 anos. Em cada região do mundo, porém, as ameaças à vida são diferentes. Na África, metade das mortes são de jovens com menos de 16 anos. Nos países ricos, apenas 1% das mortes envolve essa parcela da população, porque a maior parte é de pessoas com mais de 60 anos. Anualmente, 10,4 milhões de crianças morrem no mundo – metade delas na África.

Na liderança absoluta das causas de morte estão os ataques cardíacos, responsáveis por 12% das vítimas, seguidos por acidente vascular cerebral (AVC), com 9,7%. Em terceiro lugar estão as doenças respiratórias. Em 2030, porém, a situação será diferente. A mortalidade deve cair, em especial para doenças transmissíveis, como aids e malária.

Em 2004, segundo o estudo, 2 milhões de pessoas morreram de aids. O número deve atingir 2,4 milhões em 2012, mas com campanhas, acesso a remédios e programas de ajuda, a tendência será revertida. Hoje, a aids já não está entre as dez maiores causas de morte nos países ricos. Nos países de renda média, como o Brasil, o HIV também não faz parte da lista dos dez maiores vilões. Já nos países mais pobres, é a quarta maior causa.

No total, portanto, a aids era a sexta maior causa de mortes no mundo em 2004. Em 2030, cairá para o décimo lugar e acidentes de carros vão superar o HIV como maior causa de mortes Até lá, os óbitos por acidentes vão aumentar de 1,3 milhão para 2,4 milhões. Os acidentes passarão a ser o quinto maior responsável pelas mortes, principalmente com o crescimento econômico nos países em desenvolvimento e o maior acesso a carros.

Outro fator importante será o envelhecimento das populações, resultante do desenvolvimento econômico. O número de mortes por câncer vai aumentar e as doenças não transmissíveis serão responsáveis por 75% das mortes no mundo. O câncer passará de 7,4 milhões de vítimas em 2004 para 11,8 milhões em 2030.

Para o diretor de Epidemiologia da OMS, Colin Mathers, esses cálculos na queda do número de doenças transmissíveis apenas ocorrerão se o crescimento econômico for mantido. Ele admite que pode haver problemas no desenvolvimento dos sistemas de saúde se a atual crise econômica se transformar em recessão prolongada. “Existem dois riscos. Um é de que governos tenham menos dinheiro para seus hospitais e investimentos em saúde. Outro problema é que a crise pode cortar o dinheiro de programas e doações de países ricos aos pobres. Nesse caso, a crise pode ter um impacto”, afirmou Mathers. Ele alerta ainda que o nível de estresse e de suicídios também pode aumentar.

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