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Mostra de Cinema à beira mar em Gostoso

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Tádzio França – repórter

Cenário cinematográfico, São Miguel do Gostoso já é. A vila de pescadores que virou município há 20 anos e se tornou um dos points mais badalados do litoral potiguar, conta mais uma cena de impacto em seu roteiro bem-sucedido: abrigará de 22 a 26 de novembro a 1ª Mostra de Cinema de Gostoso, iniciativa que apresentará 51 títulos brasileiros divididos em três seções, com direito a exibições na praia, ao ar livre. O evento é uma realização da Heco Produções e do Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania – CDHEC, com patrocínio da Lei de incentivos Câmara Cascudo (Governo do Estado) e Cosern. Tudo a 110 quilômetros de Natal, onde o vento – literalmente – faz a curva.
Telão montado à beira-mar para exibição da mostra competitiva
#saibamais#Uma tela grande está instalada na Praia de Maceió, uma das belezas naturais de Gostoso. Nesse local será exibida a Mostra Competitiva do festival. As exibições ao ar livre utilizarão equipamentos de projeção com tecnologia 2K (alta definição), um formato que começou a chegar agora, com o advento das sessões digitais, nas salas comerciais de cinema em operação em Natal. Essa mostra passará 15 filmes, sendo sete longas e oito curtas.

As outras mostras serão em locais fechados – mas também de acesso gratuito: a Mostra Panorama será no Instituto de Ação Social Nilo e Isabel Neri (Iasnin), com 17 curtas e dois longas; e a Mostra Infantil no Espaço Tear, das 8 às 10h, com indicações por faixa etária, exibindo sete títulos. As sessões em ambientes fechados, com menor capacidade de público, incluem debates e palestras com os realizadores e atores dos filmes escalados. 

O evento será aberto hoje com as exibições de “O contador de causos”, uma produção dos alunos dos cursos de formação da mostra, e “De menor”, de Caru Alves de Souza (SP). Os longas da Mostra Competitiva são: “A batalha do passinho”, de Emílio Domingos (RJ); “Com vandalismo”, do Coletivo Nigéria (CE); “Doméstica”, de Gabriel Mascaro (PE); “Entre vales”, Philippe Barcinski (SP); “Esse amor que nos consome”, Allan Ribeiro (RJ); “Mar negro”, Rodrigo Aragão (ES), e “Uma história de amor e fúria”, Luiz Bolognesi (SP). E os curtas: “A navalha do avô”, Pedro Jorge (SP); “Abrigo ao Sol”, Emerson Evêncio (ES); “Baba 105”, Felipe Bibian (RJ); “Mamucaba”, Anderson Legal (RN); “O que aprendi com meu pai”, Getúlio Ribeiro (GO); “Rodolfo Mesquita e as monstruosas máscaras de alegria e felicidade”, Pedro Severien (PE); “The best of lambada”, Yuri Amaral (SP), e “Tremor”, Ricardo Alves Jr. (SP).

Na Mostra Panorama, os longa metragens são “Famíla”, de Guilherme Reis (MG), e “O lobo atrás da porta”, de Fernando Coimbra (SP). Entre os 17 curtas, dois representantes potiguares vão mostrar suas qualidades: “Passando chapéu”, do fotógrafo Rodrigo Sena, e “O jogo”, de Ricardo Félix. A Mostra Infantil está separada por faixas etárias: de 6 a 7 anos tem títulos como “João, o galo desregulado”, de Camila Carrosine e Alê Camargo; de 8 a 11 anos, “A história dos meninos que andavam à noite”, de Flávio Barone, entre outros; e a partir dos 12 anos, como “Apocalipse de verão”, de Carolina Durão, e “A última reunião dançante”, de Lisandro Santos, etc. O encerramento da mostra (dia 26) será com os filmes “A última fronteira”, de Diogo Faggiano (SP), e “O mestre e o divino”, de Tiago Campos (PE).

Teatro

Além da exibição de filmes, a  programação será reforçada com a encenação da peça “Será que hoje meu boi não sai?”, do Coletivo Nóis da Rua, e a festa Boi de Reis.

O evento objetiva se mostrar mais que entretenimento passageiro, quer plantar raízes. Segundo Eugênio Puppo, cineasta paulista, integrante da Heco Produções, a Mostra interfere em questões sociais, educativas e de formação profissional ao oferecer qualificação na área de produção audiovisual. Aos longo dos últimos três anos, jovens nativos participaram de oficinas e cursos de formação técnica e audiovisual, sobre linguagem, cultura e prática cinematográfica. “A pretensão é tornar a Mostra anual, com os jovens atuando e trabalhando na produção do festival”, disse. O cineasta se divide atualmente entre São Paulo e Gostoso, já  inserido no cotidiano da praia e das pessoas do lugar.
Uma das praias mais agradáveis do litoral Norte, São Miguel do Gostoso vira cenário para exibição de mais de 50 títulos em curta e longa-metragem: é a Mostra de Cinema de Gostoso
Um festival de cinema em plena cidade praieira potiguar é uma prova do status que Gostoso obteve nos últimos dez anos. Já foi por anos um distrito de Touros até ser emancipada como município em 1993. Muitos investimentos particulares depois, o balneário começou a despontar em roteiros nacionais. Em 2008, o suplemento O Melhor do Brasil, da Veja, escolheu Gostoso como o melhor dos “novos destinos” da região Nordeste. Em 2011, o jornal britânico Daily Telegraph pôs Gostoso como um dos “melhore lugares do mundo para se viver”, ao lado de praias na Malásia, África do Sul e Barbados. O jornal Valor Econômico publicou matéria neste ano tecendo altos elogios à praia e suas atrações. Esse trecho do litoral norte potiguar está fazendo jus cada vez mais ao seu nome.

A Mostra também tem apoio da Prefeitura de São Miguel, IFRN, UFRN, Fundação José Augusto, Instituto de Ação Social Lino e Isabel Neri (Iasnin); Sintraf Gostoso, Ludovicus – Instituto Câmara, Ale Combustíveis, Serveng Energia e AEGostoso (Associação de Micros e Pequenas Empresa da Região de Gostoso).

Serviço: 1ª Mostra de Cinema de Gostoso. De 22 a 26 de novembro, em São Miguel do Gostoso. Acesso gratuito. Mais sobre Gostoso: www.aquisefazgostoso.com.br

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