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Mostra de Ouro Preto discute preservação

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Por Eduardo Kattah 

A discussão sobre a memória, preservação e restauração  do patrimônio cinematográfico brasileiro não poderia ocorrer em local mais apropriado. A 1ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (Cineop), a 95 quilômetros de Belo Horizonte, aberta ontem, estabeleceu o tema de incipientes debates como seu principal foco. Na cidade histórica mineira, tombada como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura  (Unesco), a reflexão terá como base a influência da tecnologia digital na recuperação de filmes e o papel do poder público e privado na conservação de acervos em  risco da produção audiovisual brasileira. “Temos política de fomento, não temos  política de preservação”, diz a coordenadora da mostra, Raquel Hallak, salientando  que pretendia fazer um evento com a “cara de Ouro Preto.”  

Simbolizando o enfoque na memória do cinema nacional, a mostra homenageará  Joaquim Pedro de Andrade, cuja filmografia passa por processo de restauração, iniciado em 2001, com recursos captados por meio da Lei Rouanet. Serão exibidos  cinco filmes recuperados do cineasta morto em 1988, incluindo a obra-prima “Macunaíma”  (1969), que abre a Cineop.  

O debate sobre o patrimônio cinematográfico nacional se dará ao longo de três mesas-redondas do Seminário Cinema Brasileiro: Fatos e Memória, considerado o carro-chefe do evento, e reunirá pesquisadores, profissionais e responsáveis  por projetos de restauro, especificamente das obras dos cineastas Glauber Rocha,  Leon Hirszman, Rogério Sganzerla, além da de Andrade.

“A preocupação é tratar o cinema como patrimônio, como obra de fato. A gente tem muito claro isso quando  fala de um livro, um clássico da literatura que todas as gerações têm acesso,  mas isso não acontece com o cinema”, observa a produtora cultural. Dentro dessa perspectiva, outra questão a ser abordada é a visibilidade que os filmes recuperados alcançam. “Não queremos só um acervo, queremos ter acesso  a esse acervo”, diz a coordenadora, concordando que a preservação da produção  audiovisual brasileira ainda carece de uma referência institucional, a exemplo  do que ocorre com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan),  no campo dos bens materiais e imateriais.  Ao todo, sete filmes restaurados serão exibidos na antiga Vila Rica. Além de  “Macunaíma, Os Inconfidentes” (1972), “O Padre e a Moça” (1965) e os curtas  “O Poeta do Castelo” (1959) e “O Alejadinho “(1978), de Andrade; “O Documentário” (1966), de Sganzerla, e “A Bolandeira” (1967).

‘Cinema, Aspirinas e Urubus’ vence Cineport 

Por Patrícia Villalba  Lagos

Cinema, Aspirinas e Urubus já acumula 31 prêmios em festivais nacionais e internacionais, após sair como o grande vencedor da segunda edição do Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa, o Cineport, encerrado ontem na cidade  de Lagos, a sul de Portugal.

O longa do pernambucano Marcelo Gomes recebeu cinco prêmios no sábado: roteiro (Marcelo Gomes, Paulo Caldas e Karim Aïnouz), direção  de arte (Marcos Pedroso), produtor (João Vieira), ator (João Miguel) e de melhor  filme.

O Brasil teve participação marcante no festival. Cidade Baixa, outro longa com  boa carreira internacional, levou o prêmio de ator coadjuvante, para José Dumont.  O filme de Sérgio Machado está em mais de 20 mercados internacionais, na Europa,  Ásia e, nos EUA estreará em cerca de 30 cidades. Dira Paes foi premiada como  atriz por 2 Filhos de Francisco, de Breno Silveira.

O Brasil levou ainda os prêmios de animação em digital (Historietas Assombradas  para Crianças Malcriadas, Victor Hugo Borges), documentário em digital (Fala  Mulher, Kika Nicolela e Graciela Rodriguez), produtor para documentário (Isabel  Martinez por Soy Cuba, o Mamute Siberiano), documentário (Soy Cuba), diretor de documentário (Miguel Faria Jr., por Vinícius).

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