Os cineastas potiguares não querem saber de filmar o meio ambiente. Nenhum trabalho do Rio Grande do Norte nas categorias ficção e documentário foi inscrito na segunda Mostra Internacional de Cinema Ambiental (2a MIDCAM), organizada pela Ong ambiental Baobá.
O evento ocorre entre os dias 5 e 9 de junho na Assembléia Legislativa sempre a partir das 20h. A entrada é franca. O melhor trabalho leva para casa além do troféu “A Arvore da Vida” a motocicleta Scooters Elétricos, ecologicamente correta, criada pela empresa especializada GPS – eletric moviment, no valor de R$ 1800.
Em entrevista coletiva realizada ontem pela manhã no Mercado de Petrópolis, o presidente da entidade, Haroldo Mota, disse constrangido que apesar de ter recebido trabalhos até da Europa, já esperava pelo “esquecimento” do Estado. “Achava que as inscrições iriam ser fracas aqui não sei nem dizer porque. Mas não tem problema. Temos da França, do Canadá, Argentina e dos Estados Unidos… Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro e até da vizinha Paraíba”, disse.
Ele afirma que a idéia não premiar trabalhos que apresentem denúncias de degradação ambiental, mas discutir a questão como um todo. “Um documentário não é feito apenas de denúncias. Um filme se cria, se ama e se odeia. É um canal para expor a arte. Para colocar o artista num contexto. Infelizmente, aqui no Estado a gente não tem a cultura de produzir documentários”, analisou.
Ainda assim, ele acredita e defende a idéia de que, através da mostra, poderá contribuir para conscientizar o público e os cineastas da necessidade de movimentar a produção de documentários no Estado. “Eu adoro cinema. E acredito que a arte é o melhor caminho para conscientizar. Já fiz sei documentários sobre o meio ambiente e acho que precisamos também levar essa iniciativa para os municípios do interior. Quanto mais gente estiver fazendo, melhor para mudar essa mentalidade”, disse Mota.
