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Motoristas fazem ato público e pedem mais segurança

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TRAJETO - Passageiros seguiam a pé, enquanto rodoviários protestavamMotoristas e cobradores da Grande Natal fizeram uma manifestação na manhã de ontem, pedindo mais segurança para a categoria e para os usuários do transporte coletivo. Por duas horas, dezenas de ônibus ficaram estacionados na avenida Rio Branco, sob o viaduto do Baldo, em frente à sede do Sindicato dos Rodoviários. Antes disso, uma assembléia foi realizada, onde os trabalhadores definiriam diretrizes para conseguir maior proteção das autoridades contra o grande número de assaltos ocorrido em ônibus na capital.

Segundo o vice-presidente do Sindicato, Rafael Pereira, não é possível hoje traçar estatísticas sobre a linha mais visada, o bairro mais violento ou o horário preferido pelos bandidos. “Você é assaltado no Alecrim, em Ponta Negra ou na periferia. E o horário é de sete manhã até a meia-noite”. De acordo com Rafael, as estimativas são de que 12 assaltos são realizados na capital por mês. “Antigamente a gente tinha um assalto a cada dois meses”, argumentou.

No protesto de ontem, os passageiros que iam para o Centro da cidade precisaram descer para continuar a viagem a pé. Mas os motoristas que participavam do movimento não cederam às reclamações, embora compreendessem. Eles se diziam revoltados com o crescente número de ocorrências e argumentavam que estavam zelando pelo próprio usuário, que também é vítima dos assaltos. Rafael Pereira lembrou que os assaltantes agora não só roubam, como estão se acostumando a atirar contra os profissionais.

O último caso foi registrado no fim de semana. O motorista Ubiraci Siqueira dos Santos, de 48 anos, foi assassinado durante um roubo em um ônibus da empresa RioGrandense da linha de São Gonçalo do Amarante. Três homens anunciaram o assalto e, sem que Ubiraci tivesse qualquer reação, atiraram várias vezes, atingindo o motorista com três tiros na boca. Ubiraci morreu assim que chegou no Hospital Santa Catarina.

Paulo Erôncio, motorista da empresa Guanabara, contou que no ano passado foi assaltado duas vezes. Na primeira ocorrência, dois homens subiram na passarela de Potilândia e anunciaram o roubo em Igapó. No segundo, ocorrido três meses depois, três assaltantes pegaram o carro na Praia do Meio e iniciaram o assalto no Gramoré, por volta do meio-dia. “Nesse último assalto eles ainda atiraram em mim. Graças a Deus não acertaram e eu estou vivo”.

Um outro problema relatado pelos rodoviários é a cobrança das empresas pelo  dinheiro levado. Segundo informou Erôncio, é comum as empresas de ônibus forçarem o motorista ou cobrador a pagar o valor roubado pelos bandidos. “No segundo assalto, eles queriam que eu pagasse. Só não paguei porque localizei a casa dos ladrões e peguei o dinheiro de volta com a família”, revelou. Os sindicalistas denunciam que o funcionário que se recusa a pagar o valor, é demitido. “Nós entramos em um acordo com os patrões, para a cobrança deixar de existir, mas eles agora estão cobrando direto no contra-cheque”.

Para tentar reduzir a quantidade de assaltos, os rodoviários pedem ao governo que crie uma delegacia exclusiva para o sistema de transporte. “Os delegados até se esforçam, mas são muito atarefados com outros crimes”, explicou Rafael Pereira. Os motoristas e cobradores negociam ainda uma audiência com o comandante geral da PM, coronel Marcondes Rodrigues. Eles pretendem pedir o uso de homens da inteligência da polícia para mapear as zonas mais perigosas, a permanência de PMs à paisana nos ônibus, blitzen e revista nos usuários do sistema e viaturas em pontos estratégicos. Eles vão pedir ainda pedir a instalação de câmeras nos veículos.

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