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Motoristas param ônibus nas ruas

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CONFLITO - Os motorista de ônibus fecharam o Baldo na tarde de ontemNão será greve. Mas não deixará de importunar a população e pressionar os empresários pelo aumento salarial. É dessa forma que desde ontem, no final da tarde, os rodoviários permanecerão atuando para conseguir avançar na negociação pedindo – em suma – 16,4% de reajuste, a manutenção dos direitos adquiridos e plano de saúde para a categoria. Ontem, em resposta à suspensão da negociação, os rodoviários promoveram um protesto em frente à sede do sindicato, no viaduto do Baldo.

Por volta das 18h, após uma assembléia onde decidiram não promover greve mas manter a luta pelo reajuste; o tráfego foi parado. Muitos passageiros, nos ônibus, reclamaram da situação. O único conflito que houve foi entre três policiais militares que tentaram intervir no protesto. Um deles (sem identificação) chegou a agredir o vereador Júnior Rodoviário. Outro (Juscelino) contribuiu para a confusão. Com a chegada de um grupo de policiais da Tropa de Choque, a desobstrução foi negociada. Novos protesto serão realizados.

O tráfego em Natal começou a sofrer bem antes do protesto dos rodoviários, ainda às 17h; quando os integrantes do Movimento passe Livre promoveram nova interdição na Ribeira. Como um deles mesmo descreveu: “Pelos mesmos motivos” (redução na tarifa de transporte). Dessa vez, diferente dos outros dias, a Secretaria de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) agiu e desviou o tráfego da Ribeira, tornando o protesto inócuo. Sem ter a quem importunar, os estudantes subiram em direção pela Junqueira Aires, indo em direção ao Baldo.

Lá, na sede do Sindicato dos Rodoviários (Sintro-RN), a categoria decidia o que fazer diante do impasse na negociação salarial. Após a chegada do presidente, Júnior Rodoviário, ficou definido que nenhuma greve seria feita mas a briga pelo reajuste continuaria. “Os companheiros não vão desistir da luta”, disse. Após a assembléia interna, os rodoviários desceram para a frente do sindicato onde promoveram a interdição da avenida Rio Branco.

Como já ocorreu em outros protestos, a população não gostou da decisão. O mecânico Edmilson Dias (48 anos), por exemplo, disse que até é a favor da luta mas não concordava em deixar o povo na rua. O porteiro Marcos Aurélio Silva, 40 anos, considerou o incômodo uma injustiça. O técnico em aparelhos auditivos, Charles Richardson da Costa, 33 anos, chegou a descer do ônibus e ir discutir com os rodoviários, tamanha foi sua indignação. “Porque não liberam a passagem?”, questionou.

“O problema é que estes protetos não atingem os empresários, apenas a população”, disse a técnica em enfermagem Mailza Moura, que já esperava o ônibus há quase uma hora. A dona-de-casa Lourdes Silva, que havia passado a tarde realizando compras de artigos domésticos, estava cheia de sacolas aguardando o ônibus há mais de uma hora, também reclamou. “Estes protestos não levam a nada, quem sofre é a gente. Eles não têm o mínimo de responsabilidade. Pedem aumento, mas não prestam um serviço de qualidade. É um descaso muito grande”, revoltou-se.

Bate-boca deixa ânimos acirrados

Três policiais militares complicaram o protesto de ontem. Tentando desobstruir o tráfego eles acabaram discutindo com os rodoviários. Um deles, mais exaltado e sem identificação, chegou a empurrar o vereador Júnior Rodoviário. Após esse episódio, e a chegada da Tropa de Choque, rodoviários e policiais negociaram a liberação do tráfego. O sindicato ainda iniciou uma “marcha lenta”, mas não seguiu em protesto. Às 19h, os ônibus puderam seguir seu caminho. Dentro deles, rostos tristes e cansado, a população em geral, quem sempre paga pelo que não vai receber.

Após o final do protesto, um dos policiais da Tropa de Choque, tenente Denilson (quem negociou com Júnior Rodoviário) disse que o vereador deveria ter sido preso por incitar à violência. Segundo ele, um documento será enviado à Câmara Municipal pelo Comando da PM falando sobre a ocorrência.

Júnior Rodoviário ficou surpreso ao ser informado sobre o assunto e disse que na realidade quem foi violentado foi ele. Ele explicou que os rodoviários não liberam a passagem porque isso é ilegal e avisou que os protestos vão continuar.

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