Com o intuito de conscientizar os rodoviários e usuários sobre a luta salarial e a situação do transporte coletivo urbano, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários do Estado (Sintro) organizou, ontem pela manhã, uma marcha protesto, no sentido Baldo-Ribeira, para entregar a pauta de reivindicações da categoria aos empresários do setor, STTU e Delegacia Regional do Trabalho (DRT).
O protesto provocou um engarrafamento quilométrico, no corredor exclusivo para ônibus da avenida Rio Branco, o que acabou desagradando os passageiros que se dirigiam ao Centro e irritou os usuários que esperavam ônibus nas paradas. Mesmo assim, não houve incidentes durante todo o percurso da marcha.
Segundo o presidente do Sintro, vereador Júnior Rodoviário, a marcha tinha como objetivo informar a sociedade e aos órgãos público e privados envolvidos que se uma greve vier a se consolidar será culpa única e exclusiva dos empresários e da Secretaria de Transporte e Trânsito Urbano (STTU).
“Este ano, a categoria deve ficar mais unida do que nunca, pois os empresários anunciaram de forma radical que não estão dispostos a negociar e a STTU já iniciou os estudos para a concessão do aumento das passagens, mas estão trabalhando com valores hipotéticos da folha de pagamento, já que a categoria ainda está discutindo o reajuste salarial. Isso tudo só vai beneficiar os empresários”, discursou Júnior Rodoviário durante a assembléia da categoria antes da marcha.
Augusto Maranhão, diretor de Comunicação do Seturn, explicou que, devido à difícil situação econômica enfrentada pelas empresas de ônibus, não será feito nenhum tipo de concessão ao Sintro e também descartou a possibilidade de negociação na DRT. O Seturn espera que o Tribunal Regional do Trabalho estabeleça um dissídio coletivo que mostre “as regras do jogo” para o exercício 2006-2007.
“Nós não nos intimidamos com ameaças de greve, embora entendamos que o recurso utilizado pelo Sintro acaba funcionando como um terrorismo psicológico que provoca pânico na população. Por isso, esperamos resolver o problema direto no TRT”, disse Augusto Maranhão.
A assessoria de comunicação da STTU informou que não há decisão tomada sobre reajuste da tarifa de ônibus nem previsão de data para concessão do aumento, pois as planilhas ainda estão sendo estudadas. Somente após o fim da análise das planilhas, um documento será produzido e submetido à aprovação da sociedade através do Conselho de Usuários, que é constituído por representantes das comunidades, empresários e STTU.
Os rodoviários aprovaram por unanimidade, em assembléia geral realizada no dia 21 de março, a pauta de reivindicações da categoria. Entre as exigências estão: reajuste salarial de 16,40%; redução da jornada de trabalho para seis horas; valores iguais para o vale-alimentação; aumento de 100% para as horas extras; fim do carro direto, que só circula nos horários de pico; fim da dupla função dos motoristas que também atuam como cobradores nos ligeirinhos; passe livre para rodoviários da ativa e aposentados, bem como para policiais.
