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Movimentos livres

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Yuno Silva
Repórter

A festa dos 10 anos de atividades do Gira Dança segue em alta rotação: o grupo tem circulado com “Proibido Elefantes” pelo Brasil a bordo do projeto Palco Giratório, do Sesc; desenvolve a nova montagem “Dança que ninguém quer ver” com patrocínio do programa Rumos Itaú Cultural, iniciativa que também inclui intercâmbio artístico; e aproveita uma brecha na agenda para entrar em curta temporada com o espetáculo “Sem Conservantes” no Barracão Clowns. As apresentações são gratuitas, estão marcadas para às 20h, e acontecem este fim de semana (dias 18 e 19) e no próximo de sexta (24) a domingo (26). Os ingressos podem ser retirados a partir das 17h de cada dia na própria bilheteria do Barracão, em Nova Descoberta.
O premiado Leandro Berton participa de intercâmbio do Gira Dança: ideias inovadoras para nova mantogem
“Sem Conservantes” traz direção e concepção dos coreógrafos convidados Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira, e pode ser entendido como resultado de tudo o que o Gira Dança já fez ao longo de sua trajetória. Calcado na liberdade de movimentos da dança contemporânea, e no desafio de trabalhar com um elenco formado por bailarinos que possuem alguma deficiência física, o espetáculo levou cinco anos para sair do plano das ideias.

“Desde 2011, quando conheci o Beto Morais (um dos fundadores do Gira Dança) durante o Festival Move Berlim, na Alemanha, que tentamos viabilizar esse espetáculo”, comentou a coreógrafa paulista Ana Catarina Vieira. “Sem Conservantes” estreou no mês de março, e teve como ponto de partida as memórias dos movimentos registrados em fotografias de outros trabalhos da dupla convidada: “Somtir” (2003), “Outras Formas” (2004) e “Clandestino” (2006).

O processo criativo buscou embasamento na técnica intitulada ‘corpo fotográfico’, desenvolvida pela dupla há 15 anos, na qual o bailarino torna-se um observador de imagens. A partir dessa experiência, são extraídas informações que moldam o roteiro da coreografia. “Utilizamos o corpo como instrumento transmissor de mensagens a partir desses fragmentos da memória”, destacou a coreógrafa.
Grupo investe no corpo como transmissor de mensagens
A dramaturgia de “Sem Conservantes” estabelece relações entre os materiais recolhidos (memórias, impressões e experiências), trabalha o desapego e o abandono, e questiona ‘o que se relaciona com o quê?’.

Essa foi a primeira experiência de trabalho dos coreógrafos Ângelo e Ana Catarina com o grupo potiguar. “Como já tínhamos feito contato em 2011, sabíamos que toda nossa concepção através de fotografias iria funcionar. O fato de haver bailarinos cadeirantes ou com síndrome de down no grupo, por exemplo, não atrapalha em nada, pelo contrário, sentimos muita facilidade porque a sensibilidade foi compreendida de forma muito mais direta”, avalia a criadora.

“Acredito que esse espetáculo traz muito a própria ideia do título: de viver uma vida de realidade, sem muitos estereótipos e fantasia. Sem que essas questões camuflem a possibilidade que temos de encontrar novos caminhos”, explicou Ana Catarina.

O espetáculo foi contemplado em 2014 com o edital de Dança Roosevelt Pimenta (Prefeitura de Natal/Funcarte), e conta com patrocínio, através do Programa Djalma Maranhão, do Esmeralda Praia Hotel e Unimed Natal.

Serviço
Espetáculo “Sem Conservantes”, da Cia Gira Dança. Dias 18, 19, 24, 25 e 26 de julho, sempre às 20h, no Barracão Clowns – Av. Amintas Barros, 4661, Nova Descoberta.

O acesso é gratuito e os ingressos podem ser retirados a partir das 17h de cada dia de apresentação na bilheteria do Barracão.

Informações: 3221-1816.

Intercâmbio
O Gira Dança recebeu esta semana o bailarino paulista Leandro Berton para residência. O intercâmbio envolve elenco, direção artística e convidados no levante de questões inovadoras que possam contribuir com a criação do espetáculo “Dança que ninguém quer ver”, que estreia em outubro em São Paulo.

Leandro acumula prêmios importantes na carreira como o da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como ‘Revelação Intérprete’, em 2008.

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