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MP obriga hospitais a receberem idosos

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DRAMA - Francisco Fernandes acompanha genro que veio de ApodiA recusa dos hospitais privados conveniados com a rede pública de saúde para receber sete idosos internados no Walfredo Gurgel à espera de uma cirurgia ortopédica levou a promotora do idoso, Iádya Gama, na tarde de ontem a exigir dos diretores do Itorn e do Médico Cirúrgico, sob pena de prisão em flagrante, o recebimento imediato dos pacientes bem como providenciar as condições necessárias para execução das cirurgias.

Ao saber, através da imprensa, que estaria havendo discrminação no atendimento de pacientes idosos – que tem recuperação mais lenta e aumentam os custos do tratamento – os promotores resolveram abrir um inquérito para apurar o caso. Além dos diretores dos hospitais particulares, serão investigados pela prática de maus tratos e negligência ao prestar assistência de saúde, crimes previstos no Estatuto do Idoso, a diretora do hospital Walfredo Gurgel, Rosângela Morais, o secretário de Estado da Saúde, Adelmaro Cavalcanti e a secretária municipal de Saúde, Aparecida França.

“Infelizmente só tomamos ciência do fato através da imprensa, mas vamos fazer cumprir o Estatuto do Idoso. Além dos dois crimes cometidos, outras possibilidades de crimes vão ser investigadas como cárcere privado, discriminação, formação de quadrilha e crime de homicídio caso ocorra alguma morte. Essa situação é inadmissível, pois, segundo verificação dos auditores da Promotoria, existe vaga nos três hospitais conveniados. Outro abuso é o atendimento de jovens em detrimento dos idosos que necessitam de urgência no atendimento diante da vulnerabilidade do organismo da pessoa que se encontra em idade avançada”, disse a promotora. 

Segundo a diretora do Walfredo Gurgel, Rosângela Morais, além de alegarem que não possuem Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) os hospitais privados rejeitam os idosos encaminhados por causa do sensível e muitas vezes agravado quadro clínico dos pacientes. “Nós encaminhamos os pacientes de acordo com a disponibilidade de vagas, que é informada pela Unidade de Gerenciamento de Vagas, mas os hospitais devolvem os pacientes que vão se acumulando nas enfermarias devido a demanda que nessa área traumo-ortopédica é muito grande.

Em toda essa situação o elemento complicador é o paciente que vem do interior. É por isso que se formam as filas de espera pois, por exemplo, o paciente dá entrada em um hospital de Mossoró e, ao invés de ser encaminhado diretamente para uma unidade da rede privada que execute os procedimentos cirúrgicos, esse paciente vem parar no Walfredo Gurgel.

Como não podemos rejeitar os casos de urgência e os hospitais privados não aceitam os encaminhamentos, eles (pacientes) acabam formando às filas de espera. O fato é que o Walfredo Gurgel só consegue trabalhar com fluidez em momentos de greve, pois acontece uma triagem bastante seletiva onde muitas vezes esses pacientes vindos do interior são devolvidos”, explicou Rosângela Morais.

Após tomar ciência junto à diretoria do Walfredo Gurgel sobre a situação e o número exato de pacientes que estavam à espera de uma transferência para a rede conveniada, os promotores Fauto França, defesa da Saúde Pública, e Iádya Gama, promotora do Idoso, fizeram uma vistoria na enfermaria onde os idosos estavam internados e ordenaram a transferência imediata dos sete pacientes para o Itorn e Médico Cirúrgico, onde auditores da Promotoria constataram que havia vagas disponíveis.

Acompanhados por policiais civis da Delegacia do Idoso, os promotores se dirigiram até o Itorn para verificar se os pacientes seriam novamente rejeitados. Já no Itorn, onde havia duas vagas disponíveis para o SUS, a promotora Iádya Gama comunicou ao diretor da unidade, doutor Cipriano Correia, que caso ele negasse o recebimento de dois pacientes seria preso em flagrante de delito, o medico aceitou a internação mas não garantiu que a cirurgia seria providenciada por não ter pessoal e nem UTI disponível para o pós-operatório, mesmo assim, a promotora do Idoso recomendou que as cirurgias fossem realizadas até a próxima terça-feira.

O mesmo aconteceu no hospital Médico Cirúrgico, onde um dos diretores da unidade, doutor Mauro Herculano,  se comprometeu a receber os demais pacientes, contudo não garantiu a execução das cirurgias de imediato, pois teria que formar uma equipe e providenciar uma UTI.

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