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MP vai investigar farra de vereadores

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Porto Alegre (AE) – O subprocurador-geral para Assuntos Institucionais do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul, Mauro Renner, pediu que os promotores de São Martinho, Rio Pardo, Lindolfo Collor, Uruguaiana e Nonoai (RS) instaurem inquérito para investigar viagens de vereadores que, a pretexto de fazer cursos fora do Estado, divertem-se em cidades turísticas e recebem diárias.O uso do dinheiro público para o lazer privado foi denunciado por uma reportagem do “Jornal Nacional”, da Rede Globo de Televisão, na noite de terça-feira. Apresentando-se como vereador de Barros Cassal, o jornalista Giovani Grizotti inscreveu-se em aulas destinadas a apresentar atualizações da legislação aos vereadores em Balneário Camboriú (SC) e Foz do Iguaçu (PR).

Misturado aos participantes, Grizotti conseguiu captar imagens de salas quase vazias e de participantes fazendo compras no Paraguai, assediando prostitutas e tomando banho de sol na praia.

Os organizadores das conferências também facilitaram a vida dos gazeteiros, concedendo diplomas sem exigir freqüência total ou reduzindo a aulas para menos de três horas por dia. Nos depoimentos dados ao jornalista, os parlamentares revelaram diversas intenções.

O presidente da Câmara de Nonoai, Júlio Cézar da Rocha Duda (sem partido), disse que deixaria as palestras de Foz de Iguaçu dois dias antes do fim, mas que ficaria escondido naquele período para poder embolsar as diárias.

O presidente da Câmara de São Martinho, Ademar Probst (PP), confessou que a diária de 350 reais era atrativa, por corresponder à metade do salário dele.

O vereador Neri Peter (PSDB), de Lindolfo Collor, admitiu que os cursos são, na verdade, um meio de os vereadores ganharem dinheiro com as diárias. O vereador Antônio Vandir Meurer (PDT), de Rio Pardo, revelou que a exigência legal de redução do número de vereadores do município, de 19 para nove, facilitou a vida dos que ficaram, que passaram a poder viajar todos os meses às custas do orçamento da Câmara Municipal.

Para Renner, os vereadores terão de provar que freqüentaram as aulas e que os cursos eram relevantes para as atividades ou, então, devolver o dinheiro que ganharam. Também estão ameaçados de perder os direitos políticos por oito anos.

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