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MPF escolhe nomes para cargo de procurador-geral

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Brasília (AE) – Os 1.240 integrantes do Ministério Público Federal vão às urnas hoje para escolher quem a categoria indicará ao cargo de procurador-geral da República para os próximos dois anos. Sob pressão do Senado, que tem 13 de seus membros investigados, o atual chefe do MPF Rodrigo Janot tenta a recondução em disputa com outros três candidatos – os subprocuradores Raquel Dodge, Mario Bonsaglia e Carlos Frederico Santos. O mandato de Janot se encerra em 17 de setembro.
Rodrigo Janot tenta se manter por mais dois anos à frente do Ministério Público Federal
A eleição ocorre na semana em que a Operação Lava Jato resultou na prisão de um expoente do PT, o ex-ministro José Dirceu, e menos de um mês após as ações de busca e apreensão de documentos em imóveis de senadores, deputados, ex-ministros e ex-parlamentares solicitadas pela PGR, na Operação Politeia. A eleição ocorrerá em meio à expectativa de oferta de denúncia por Janot contra os parlamentares ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Antes da indicação do Executivo, os procuradores encaminharão uma lista tríplice com os nomes mais bem votados pela categoria. Embora não seja obrigatório, desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o governo indica ao Senado o nome mais votado da lista.

A votação começa às 10h desta quarta, e se estende até as 18h30. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que organiza a formação da lista, espera que o resultado final seja conhecido até as 19h. A ANPR espera, ainda, apresentar nesta semana a lista tríplice ao Palácio do Planalto. Após a indicação do Executivo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve submeter o nome indicado por Dilma à votação na Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, no plenário da Casa. Ontem, Renan disse que pretende apreciar a indicação assim que chegar ao Senado.

Janot tenta se manter por mais dois anos à frente do Ministério Público da União em meio ao número crescente de críticas de parlamentares investigados. Em março, ele encaminhou ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedidos de abertura de inquérito contra 54 políticos. Desse total, 13 são senadores, que votarão pela aprovação ou não do nome indicado pela presidente Dilma Rousseff.

Às vésperas da eleição, Janot enviou uma mensagem pela rede interna do Ministério Público pedindo votos e defendendo sua gestão. Evitou falar da Operação Lava Jato no comunicado e disse que a função de procurador-geral da República “não permite um segundo só de contemplação”. “Volto a dizer, como fiz em 2013, que a alma não é pequena, o espírito (como sempre foi) é o de servir o bom combate e o corpo renova energias”, escreveu Janot, definindo-se como belo-horizontino e atleticano. Na carta, repetiu o que vem dizendo nos debates entre candidatos: “Avançar é tão importante quanto não retroceder”.

O subprocurador Mario Bonsaglia garante que as investigações de políticos na Operação Lava Jato terão “plena continuidade” se for escolhido para comandar o MPF. Carlos Frederico, principal crítico de Janot entre os candidatos diz que a Lava Jato precisa de mudanças e que faltou “habilidade política” a Janot para contornar dificuldades financeiras do Ministério Público.

A subprocuradora Raquel Dodge, tida como opositora moderada, elogia a condução com “muito zelo e denodo” da Operação Lava Jato por Janot. A gestão do atual procurador-geral, afirmou, será lembrada de modo positivo, por ter “priorizado o enfrentamento da corrupção”.

Janot diz não ter levado em consideração “questões políticas” na Lava Jato. Favorito, tem pedido a procuradores mais tempo para “terminar ou encaminhar o que começou” e teve gestão marcada pela deflagração da operação que desvendou o esquema de corrupção na Petrobras.

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