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MST realiza protestos em 22 Estados

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Brasília e Aracaju (AE/ABr) – Os protestos em defesa da reforma agrária, por direitos dos trabalhados, pela reforma política e pelo fim da violência contra a mulher, realizados ontem em 22 Estados levaram pelo menos 30 mil pessoas às ruas ontem de norte a sul do País. Em Sergipe, o bloqueio no quilometro 111 da BR-101, próximo ao município de Itaporanga D´Ajuda, provocou a morte de três pessoas.  Um caminhão boi-trem carregado com 37 toneladas de coque de petróleo não conseguiu frear em rodovia bloqueada e, desgovernado, pegou fogo após bater em 12 carros, matando três pessoas carbonizadas, incluindo uma criança.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra abrem bandeira do movimento em frente ao Ministério da Fazenda
A Polícia Rodoviária Federal apontou o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), organizador das marchas, como um dos responsáveis pelas mortes. Procurado, o MST não se pronunciou sobre o acidente. “Dessa forma, fica difícil garantir a segurança de todos. A manifestação foi realizada de forma ilegal. Trata-se de um homicídio triplo”, afirmou o inspetor Anderson Sales, assessor de comunicação da corporação.

Em Aracaju, o Movimento Organizado de Trabalhadores Urbanos (Motu) ateou fogo em galhos de árvores para fechar uma avenida, na zona sul da capital. Um dos líderes do Motu, Herculano Ferreira Santos, disse que o ato era para reivindicar da União uma decisão sobre a área Recanto das Mangabeiras José Luciano da Silva, no bairro Aruana, que abriga centenas de famílias desde setembro do ano passado.

#SAIBAMAIS#Em Minas Gerais, o MST bloqueou ontem o tráfego em quatro rodovias federais que cortam o Estado em protesto contra o governo Dilma. A principal reclamação é em relação à demora na implementação da reforma agrária. Em Minas, existem cerca de 6 000 famílias, aproximadamente 20 mil pessoas, acampadas à espera de desapropriações, conforme o MST.

Na BR-381, em Santo Antonio do Amparo, a 186 quilômetros da capital, o congestionamento, em ambos os lados, chegou a cerca de sete quilômetros por volta das 10h da manhã. “É preciso dar maior velocidade à reforma agrária no País”, disse Wagner Martins, integrante do MST em Minas. De acordo com o MST, os protestos mobilizam mais de 30 mil pessoas pelo país e fazem parte da agenda da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas e da Jornada Unitária do Campo.

Para Sem Terra, campo vive momento delicado
Para Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, a Jornada Unitária de Lutas do Campo é o momento de mostrar à sociedade que a reforma agrária popular pode contribuir efetivamente para resolver problemas estruturais de toda a sociedade. “O mês de março abriu o calendário organizativo de lutas do Movimento. Começamos com jornada das mulheres, e seguimos a partir do dia 10 com a Jornada Unitária de Lutas do Campo. Este ano também teremos o apoio de movimentos urbanos, além de sindicatos e parceiros que se mobilizarão pelos direitos dos trabalhadores e pela reforma política”, disse ela.

Segundo Débora, a Jornada se insere como ferramenta combativa diante da atual conjuntura política e social do campo brasileiro, agravada, segundo ela, por um congresso mais conservador, eleito em 2014. “O campo vive um momento delicado, com a estagnação da Reforma Agrária, a indicação de uma pessoa que historicamente afronta os interesses dos camponeses (Kátia Abreu, ministra da Agricultura) e o aporte do governo federal, que só no ano passado destinou R$ 130 bilhões ao setor do agronegócio. O latifúndio segue na concentração de terras, no avanço de territórios indígenas e quilombolas. Ações como essa mostram que o campo segue vivo na luta pela reforma agrária e pela garantia de direitos”, afirma.

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