Porto Príncipe – Uma mulher haitiana de 84 anos foi retirada com vida dos escombros dez dias depois do grande terremoto que atingiu o Haiti, mas um médico que está cuidando da paciente disse que sua condição de saúde é muito ruim e ela pode não sobreviver. O doutor Ernest Benjamin disse à Associated Press que “há pouca esperança, mas estamos tentando salva sua vida” da paciente. A sobrevivente, retirada por parentes dos escombros da casa em que morava, nas proximidades do estádio de futebol de Porto Príncipe, e levada para o Hospital Geral do Haiti, chama-se Marie Carida Roman.
“Estou tentando descobrir o que posso fazer para ajudá-la a viver. Ela teve o peito esmagado e tem muitas larvas pelo corpo”, disse Ernest Benjamin, um voluntario que trabalha no Mount Sinai Hospital de Nova York e se ofereceu para trabalhar no Haiti como socorrista. “Qualquer coisa vale a pena para tentar salvá-la”, acrescentou.
Uma foto feita pela repórter Ariana Cubillos para a Associated Press, confirma o precário estado de saúde de Carida, que aparentemente não apresentava sangramentos externos graves, mas estava desidratada.
Também ontem foi anunciado o resgate de uma criança de aproximadamente 8 anos de idade que estava sob os escombros da casa em que morava. Com o rosto coberto de poeira, o garoto fez o gesto da vitória quando foi retirado pelas equipes de resgate.
As informações sobre sobreviventes vieram à tona no mesmo dia em que o governo haitiano se preparava para interromper as buscas por sobreviventes do terremoto. A expectativa é que o anúncio da paralisação fosse feito ontem, segundo um dos norte-americanos encarregados das buscas, Joe Knerr.
As buscas já conseguiram retirar 121 pessoas dos escombros desde o terremoto. As chances de haver sobreviventes, porém, diminuem a cada dia, segundo especialistas em resgates. A sobrevivência nessas condições dependeria de uma combinação quase milagrosa de água disponível e ferimentos leves, apontam eles.
Equipes de resgate começavam a planejar a partida do país. Uma equipe dos EUA já paralisou seus trabalhos e uma outra, da Virgínia, deve retornar aos EUA na segunda-feira.
Alguns haitianos se concentravam na limpeza dos escombros. Uma mulher chamada Kate Pierre Paul entregou um bilhete às tropas norte-americanas, pedindo para que sua casa fosse demolida, pois havia riscos de que os restos ruíssem. “Eu não quero nenhuma outra tragédia além das que já tivemos”, afirmava a nota.