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Mulheres ascendem na política

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SOCIAL DEMOCRATA - Ségolène Royal lidera na FrançaNancy e Ségolène. Angela e Michelle. Quatro mulheres, quatro países diferentes. Mas com alguma coisa em comum: a evidência de que elas conquistam cada vez mais o espaço deles na política mundial.

Nos últimos dias, as duas primeiras fizeram muito barulho. Nos Estados Unidos, numa decisão inédita, Nancy Pelosi foi  escolhida pelos democratas para ser a futura presidente da Câmara dos Representantes (o eqüivalente à Câmara dos Deputados no  Brasil) – será a partir de janeiro, ao assumir o cargo, a segunda na linha da sucessão presidencial, logo após o vice-presidente Dick Cheney.

Já na quinta-feira, na França, Ségolène Royal foi eleita para ser a representante do Partido Socialista nas eleições presidenciais do ano que vem. Ela é considerada a única personalidade política de esquerda capaz de derrotar Nicolas Sarkozy, atual ministro do Interior e grande favorito da direita, em um segundo turno da votação marcada para maio de 2007.

No Brasil, apesar de a Presidência da República ainda ser um reduto masculino – até hoje, nenhuma mulher nem sequer disputou o segundo turno da eleição presidencial-, a participação feminina aumentou entre os candidatos eleitos neste ano.

A chilena Michelle Bachelet tornou-se presidente do país em janeiro deste ano, ao vencer o segundo turno com 53,5% do total de votos. Converteu-se, assim, na primeira mulher presidente de seu país e a sexta na América Latina, depois da nicaragüense Violeta Chamorro, da argentina María Estela Martínez de Perón, da boliviana Lidia Gueiler Tejada, da equatoriana Rosalía Arteaga e da panamenha Mireya Moscoso.

Das quatro citadas no começo desta reportagem é Angela Merkel quem ocupa um cargo importante há mais tempo. Desde 2005 ela é a chanceler alemã. Ela enfrentou o então chanceler Gerhard Schröder nas eleições legislativas alemãs de 18 de Setembro de 2005. Na ocasião, seu  partido obteve mais votos do que o de Schröder, mas não conseguiu uma maioria para formar um governo. Foi formada, então, uma  grande coligação entre a CDU e o SPD, tendo Merkel assumido o cargo de chanceler.

Jeitinho feminino na política

Na política, elas têm um jeito diferente de trabalhar, diz a cientista política Susan Carroll, professora no Instituto de Política Eagleton, na Universidade Rutgers, nos Estados Unidos. “As mulheres têm prioridades diferentes das dos homens. Elas se preocupam mais com outras mulheres, famílias, crianças, saúde e educação. Há evidências que apontam que as mulheres se preocupam com um grupo maior da sociedade, e atuam com mais transparência”, disse, em entrevista exclusiva ao G1, por telefone.

Segundo ela, a ascenção da presença feminina “é um produto de mudanças na idéia do papel da mulher na sociedade no longo prazo. Mudanças aconteceram, e hoje as pessoas aceitam a presença de mulheres em cargos de liderança como algo normal. Essas mudanças na sociedade é que permitiram essa escalada feminina na política.” Esta atuação tem, por sua vez, diz, o papel de abrir ainda mais a mente da sociedade, levando a um fortalecimento ainda maior das mulheres.

Carroll é autora de uma série de livros sobre a presença feminina na política norte-americana, como “O Impacto das Mulheres em Cargos Públicos”, “Mulheres como Candidatas  na Política Americana” e “A Política da Diferença” (todos editados apenas em inglês), entre outros. Para ela, as mulheres se sentem responsáveis por outras mulheres, quando na política.

“A maioria das mulheres políticas nos EUA se vê como responsável pelas outras mulheres do país. Isso não significa que elas vão defender valores feministas, por exemplo, mas elas se preocupam com a situação geral das mulheres”, disse.

A nomeação de Ségolène Royal como candidata de um grande partido à presidencia francesa faz parte de um movimento ainda tímido na Europa de participação das mulheres em cargos políticos de primeiro plano.

A primeira mulher candidata a uma eleição presidencial na França foi Arlette Laguiller (Luta Operária), que se candidatou em várias  eleições, mas nunca foi eleita. Aquelas que seguiram seus passos, como Dominique Voynet, do Partido Verde, também foram  derrotadas.

Em outras partes da Europa, raros são os grandes partidos que conduziram campanhas eleitorais com uma mulher como candidata. Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica de 1979 a 1990, e Angela Merkel, eleita chanceler da Alemanha em novembro de  2005, são exceções. A Europa conta atualmente com três mulheres chefes de Estado eleitas: a irlandesa Mary McAleese, reeleita em 2004 e que sucedeu em 1997 Mary Robinson, eleita em 1990; a letoniana Vaira Vike-Freiberga, eleita em 1999 e reeleita em 2003; e a  finlandesa Tarja Halonen, eleita em 2000 e reeleita em 2006.

O fato é que as mulheres continuam minoritárias nos parlamentos da Europa Ocidental, compostos, em média, por 19% de  mulheres, segundo a União Interparlamentar (UIP).

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