SAN´A – O mundo árabe deve melhorar o status das mulheres se quiser promover uma verdadeira “renascença humana”, afirma um relatório do Programa de Desenvolvimento da ONU (UNDP, por sua sigla em inglês), que, entre outros pontos, recomenda profundas reformas no pensamento islâmico e uma política de “ação afirmativa” para que seja assegurado um lugar às mulheres na política e em outras áreas. O relatório, intitulado Desenvolvimento Humano Árabe, foi o quarto de uma série de estudos que vem sendo produzida pela ONU desde 2002 com o objetivo de examinar “os obstáculos para o desenvolvimento humano no mundo árabe”.
O primeiro estudo levantou os problemas nas áreas de educação e de direitos políticos. O relatório divulgado hoje, escrito por especialistas árabes, afirma que as mulheres no mundo árabe apresentam “altas e inaceitáveis taxas “ de mortalidade ligada à gravidez – 270 óbitos por 100.000 nascimentos – e um dos maiores índices de analfabetismo do planeta, cerca de 50%, comparados com 33% entre os homens.
O estudo diz ainda que a participação das mulheres árabes na economia “continua a menor do mundo”, em cerca de 33%, abaixo da média mundial de 55%. A diretora da UNDP, Amat Al Alim Aloswa, que participou da confecção do relatório, afirmou que algumas melhoras foram verificadas, sublinhando que o número de mulheres em universidades é praticamente igual ao dos homens em 12 dos 20 países árabes analisados pelo estudo. “O relatório aponta os obstáculos primários e os desafios necessários para que as mulheres atinjam seu total potencial humano”, afirmou a diretora a jornalistas. Segundo ela, o estudo mostra que o progresso feminino “continua sendo um eixo essencial para o projeto árabe de renascença humana”.