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Museus guardam tesouros da cultura do povo

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O Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo é o meio mais direto de travar contato com a obra do mestre. Instalado num casarão centenário entre a Cidade Alta e a Ribeira, é um mostruário completo do que o escritor produziu em sua ativa vida intelectual. Um pouco da vida íntima de Cascudo também pode ser vista no local, já que o aspecto caseiro do local é mantido com detalhes.
O Instituto Ludovicus é um passeio memorialístico do etnólogo e estudioso da cultura popular
#SAIBAMAIS#No instituto está o acervo de 10 mil livros de Cascudo. O acervo epistolar consta de 15 mil cartas. Esse material levou três anos para ser digitalizado e assim ficar acessível ao público. A casa em si já é um motivo para visita. O prédio foi construído em 1900, em charmoso formato de chalé, e foi comprado pelo futuro sogro de Câmara Cascudo em 1910. A partir de 1947, o imóvel foi adquirido por Cascudo, que lá viveu com sua família até o encantamento final.

Em 2005 foi iniciada a restauração do prédio. A movelaria original foi recuperada, mantendo a ambientação bem próxima do que era na época de seu ilustre ocupante. Peças da coleção pessoal de Cascudo podem ser vistas por todos os ambientes, entre imagens sacras seculares, máscaras tribais adquiridas em viagens, e até uma chave do Forte dos Reis Magos, entre outras preciosidades. 
O Museu Câmara Cascudo moderniza exposições sobre história local , cultura popular e paleontologia
Daliana Cascudo, neta, foi diretora por mais de 20 anos do Memorial Câmara Cascudo, museu mantido pela Fundação José Augusto (e que a partir da próxima semana será fechado para reforma). Antes da criação do Instituto, o acervo do historiador estava por lá. Para ela as duas instituições se complementam. “O Instituto é mantido como casa biográfica, e o Memorial abarca exposições. Hoje o instituto está se reavaliando. Estamos firmando convênios com instituições acadêmicas visando promover outras atividades para além da visitação”, declarou.

Museu Câmara Cascudo: De engenhos, história dos povos nativos e da cultura potiguar
O Museu Câmara Cascudo, no Tirol, passou por uma reforma de cinco anos, e está atualmente com uma programação mais atrativa de exposições. Para quem aprecia história local, duas mostras se destacam. “Engenhos: Tradição do Açúcar”, abriu há dois meses, e apresenta um painel dessa famosa cadeia produtiva do Brasil colonial e imperial. Há reproduções de uma moenda de bois, caldeiras, formas de pão de açúcar e rapadura. Há textos sobre a história dos engenhos, sobretudo o roteiro em Ceará-Mirim, o maior pólo potiguar do século XIX.

A exposição “Xico Santeiro – Uma escola de arte popular”, exibe o maior acervo já reunido sobre a obra do mais famoso artista popular do RN até hoje. Expõe desde a fase sacra de seu trabalho (santos, crucifixos) até o regionalismo modernista das peças seguintes, reproduções de tipos e cenas do sertão nordestino. A mostra reúne acervo do museu, doações do finado Diário de Natal, e empréstimos dos colecionadores Antônio Marques e Wani Ribeiro.

Na mostra “Anatomia Comparada”, estão expostos os esqueletos, crânios e ossos de uma variedade de seres vertebrados – desde humanos até uma baleia mink e um elefante africano. A ideia é explicar o processo evolutivo dos mamíferos. Ossadas bem mais antigas estão na exposição “Paleontologia no RN”, onde se destacam as partes ósseas de uma preguiça gigante, a carapaça de um gliptodonte (um tipo de tatu) e a presa de um proboscídeo (elefante). Há ainda a réplica de uma caverna de Olho d’Água da Escada, em Baraúnas. Essa mostra existe há 40 anos, e está sendo reformulada.
Museu de Cultura Popular abriga 1500 peças de 400 artistas
Brincantes da cultura popular
O Museu de Cultura Popular, na Ribeira, reúne num mesmo espaço várias nuances da arte elaborada pelo povo potiguar, em suas facetas mais tradicionais. Um acervo de cerca de 1.500 peças, de 400 artistas populares, estão dispostas num espaço de 350 metros quadrados. Estão à mostra cordéis, brinquedos, esculturas (madeira, cerâmica e granito), mamulengos, trabalhos em madeira, autos de danças folclóricas, peças religiosas (do cristianismo à umbanda), entre outras. Textos explicativos orientam o visitante em cada galeria.

Segundo a gerente Odinélia Targino, a maioria dos visitantes são de grupos escolares. “Infelizmente, o turismo receptivo não passa pelos museus. Eles dificultam bastante essa parceria, o que é uma pena”, afirma. O visitante local também comparece, apesar de em número ainda menor do que deveria. “Uma questão cultural”, define.

Serviço
Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo. Av. Câmara Cascudo, 377, Cidade Alta. Aberto de terça a sábado, das 9 às 17h.

Museu Câmara Cascudo. Av. Hermes da Fonseca, 1398, Tirol. Aberto de terça a sexta das 9h30 às 17h, e sábado das 13 às 17h.

Museu de Cultura Popular. Praça Augusto Severo, Ribeira. Aberto de segunda à sexta, das 9 às 16h.

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