sexta-feira, 19 de abril, 2024
29.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

Na cadeira dos poetas

- Publicidade -

OBRA - Ticiano Duarte passou pelos principais veículos de comunicação do Estado, e é autor de “Anotações do meu caderno”

A Academia Norte Rio-Grandense de Letras repara hoje uma injustiça do tempo. O jornalista, escritor e maçom Ticiano Duarte, 74 anos, assume a partir das 20h30, na sede da instituição, em Petrópolis, a cadeira de número 35 da Academia.

Eleito ao posto por unanimidade em 2002, Duarte foi obrigado a adiar a posse por conta de problemas de saúde na família. Sobre a espera de quatro anos se diz emocionado. Mas garante que a possibilidade de relembrar grandes amigos e referências que ocuparam antes dele a mesma cadeira, como Juvenal Antunes (patrono), Edinor Avelino e Gilberto Avelino,  o faz realizado. “Muita afeição, amizade. O maior lírico do estado é Gilberto Avelino. Esses nomes engrandeceram a poesia potiguar, construíram um grande patrimônio cultural aqui. Ocupar a mesma cadeira deles é uma honra”, disse.   

As honras da casa ficarão a cargo do escritor Jurandyr Navarro da Costa. Ainda assim, o homenageado da noite conta que preparou uma mensagem (jura que não é discurso!) para celebrar o momento com amigos e a família. “Vou comemorar homenageando as pessoas que gosto. O título da mensagem será “felicidade de ser poeta”. Mas não vai ser discurso (risos). É uma pequena homenagem”, afirma. 

O papel de crítico social e político desempenhado desde o inicio da trajetória no chamado de jornalismo estudantil do colégio Atheneu, nos idos da década de 40, se volta aos que destacam o conservadorismo da instituição. “A Academia aglutina diversas tendências, é uma instituição democrática da cultura local. No fundo, dá uma enorme contribuição à inteligência humana. Nomes como os de Luís da Câmara Cascudo e Henrique Castriciano são fundamentais para entendermos a cultura do nosso estado”, desabafa.

 Sobre a contribuição que deu à memória política potiguar, quando do lançamento de seu “Anotações do meu Caderno” pela editora Sebo Vermelho em 2005, deixa a modéstia de lado  e relembra do registro de importantes passagens ocorridas no estado em tempos e circunstâncias diferentes.

Cita a campanha popular de Aluízio Alves para o Governo do Estado como um dos marcos da política local e comenta da Intentona Comunista (1935) aos fatos que envolveram personalidades potiguares no regime militar. “Registrei tudo, faço uma análise das constituições federais, de espisódios importantes da vida pública local. É uma memória da política do estado”, ressalta.

Indagado sobre se o “Anotações do meu Caderno” foi fundamental para a aclamação de seu nome ao posto de imortal, revela que a Academia nunca esteve entre seus ‘sonhos de consumo’. Ele sequer colocou o nome à disposição da Casa. “Nunca tive desejo de ingressar na Academia. Meus amigos que me indicaram e aceitei com a insistência deles, o que me orgulha muito. Com o apoio tive que me engajar e conquistei todos os votos mesmo tendo concorrido com outra escritora”, lembra.    

Hoje, Ticiano Duarte divide a rotina com a esposa Yaponira Fernandes da Cunha Duarte, com quem é casado há 35 anos, dois filhos, sete netos e seis bisnetos. Paralelamente, trabalha para assumir em junho a presidência da Confederação Maçônica do Brasil. Passou por todos os veículos de comunicação impressa na capital exercendo as funções jornalísticas de repórter, editor e chefia. Desde a extinta A República à TRIBUNA DO NORTE, onde colabora ainda hoje com análises da política nacional e local através de artigos todas as quartas-feiras.

Serviço:
Posse de Ticiano Duarte na Academia Norte Rio-Grandense de Letras. Dia: 5 de abril, quarta-feira (hoje). Horário: 20h30. Onde: Rua Mipibu, 443, Petrópolis

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas