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Na Espanha, River e Boca tentam salvar a ‘final do mundo’ pela Libertadores

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Os argentinos sempre sonharam com uma decisão da Copa Libertadores entre River Plate e Boca Juniors. “Final do mundo”, expressão talhada pelo esparramado orgulho portenho. O empate por 2 a 2 na ida, no estádio de La Bombonera, em Buenos Aires, foi belo. Expressão aprovada. Na volta, em 24 de novembro, a violência da torcida no estádio Monumental de Nuñez, as falhas de policiamento e da organização transformaram o sonho da final inédita em uma vergonha nacional. A chuva de pedras soterrou o espetáculo.
Lucas Pratto comemora gol diante do Boca na primeira partida da final da Libertadores
Lucas Pratto comemora gol diante do Boca na primeira partida da final da Libertadores
Duas semanas depois, jogadores insatisfeitos com a escolha de Madri torcem para que não ocorram novos atos de violência neste domingo, no estádio Santiago Bernabéu, a partir das 17h30 (de Brasília). Só querem que a ex-final do mundo acabe bem. Simples assim. Santiago Solari, técnico do Real Madrid, anfitrião da partida, resumiu o sentimento da final que minguou. “A partida perdeu a transcendência”, disse o ex-jogador do River Plate.
A final deste domingo encerra uma fase na história do principal torneio sul-americano. A partir do ano que vem, ela será disputada em partida única com uma sede definida. O primeiro palco será Santiago, capital do Chile. Após o empate por 2 a 2 no longínquo 11 de novembro, na casa do Boca Juniors, o ganhador será campeão. Novo empate leva a decisão para a prorrogação. Se o empate persistir, pênaltis.
O caráter mítico e místico de River Plate e Boca Juniors foi se perdendo a partir do dia 24 de novembro. Torcedores do River Plate jogaram pedras e garrafas no ônibus do Boca Juniors na chegada ao Monumental de Nuñez. Pablo Pavón precisou ser hospitalizado com graves ferimentos nos olhos. Jogo adiado para o dia seguinte.
No domingo, depois que os torcedores estavam no estádio, o paraguaio Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, concordou com o pedido do Boca Juniors de novo adiamento, pois os atletas não tinham condições de jogo. A final foi adiada sem data e sem local definido. Depois de vários dias de incerteza, o Tribunal da Conmebol puniu o River Plate com multa de US$ 400 mil (R$ 1 54 milhão) e dois jogos com portões fechados. E Madri foi escolhida por interferência direta da Fifa sobre a Conmebol. Com as duas torcidas.
Ninguém gostou. O River Plate se sentiu prejudicado, pois não jogará em casa; o Boca Juniors responsabiliza o rival pelo ataque e queria ser declarado campeão. Todos os argentinos queriam jogar em seu país. A alma do Superclássico se perdeu. “A decisão foi levada para fora da América do Sul por questões comerciais. O poder das instituições passou por cima da vontade dos jogadores”, avaliou o sociólogo mexicano Fernando Segura, estudioso da violência no futebol argentino e membro da ONG Salvemos al Fútbol.
A preocupação com a segurança percorreu 10 mil de quilômetros, a distância de Buenos Aires a Madri. Só se fala disso. Serão entre três e quatro mil policiais para coibir a ação de torcedores violentos. São esperados entre 400 e 500. Alguns foram deportados, como Maximiliano Mazzaro, líder de uma ala radical da torcida do Boca Juniors. “Tomara que seja um jogo de paz”, resumiu Dario Benedetto, carrasco dos brasileiros.
O goleiro Franco Armani já pensa lá na frente e quer um fim para a história. Neste sábado, o Boca Juniors foi até o CAS (Corte Arbitral do Esporte, na sigla em inglês) para ser declarado campeão. “Os jogos se ganham no campo. Depois de domingo, teremos um campeão e não se fala mais nisso”, definiu.
Estadão Conteúdo
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