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Na estrada, entre discos e livros

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Alexandre Alves
Escritor e músico

Alexandre Alves já foi um militante aguerrido da cena independente/alternativa do rock potiguar. Atualmente prefere os versos dos livros e as salas de aulas, apesar de não ter largado a guitarra e muito menos a música. E com direito a uma boa espairecida pela natureza. “Sou professor do curso de letras da UERN, viajo toda semana para Mossoró, e prefiro ler na viagem do que escutar MP3, formato de péssima qualidade sonora. O trabalho de professor me agrada muito, principalmente quando o aluno descobre o universo da literatura e seus escritores, inclusive os potiguares.
Alexandre Alves, escritor e músico
#saibamais#Sou músico nas poucas horas vagas ensaiando e gravando com a banda Automatics. Gosto muito de ficar em casa também, escutando minha coleção de discos de rock que comecei aos 12 anos. Na vitrola agora estão ‘Comes a time’, clássico de Neil Young dos anos 70, e ‘Amor louco’, disco dos paulistas do Fellini.

Para passear no litoral norte indico as praias de Rio do Fogo. Se o Rio Punaú estiver na maré seca, as águas são calmas e o visual dessas praias tem detalhes de ficção científica no fim de tarde com o parque eólico se misturando aos coqueiros. Muito bom para tirar fotos. Inclusive, minha banda de rock já fez uma sessão de fotos por lá.

Se for para o litoral sul, gosto de ficar caminhando em Cotovelo no começo da manhã ou fim de tarde, até ficando na rua litorânea vendo o mar e sentindo a brisa. Se fico em Natal, um ótimo lugar para almoçar é o Matulão, em Mirassol, com comida saborosa, pratos regionais e preço acessível. Caminhar no Parque das Dunas também é uma boa e manjada opção para quem tem crianças como eu, mas é melhor ter do que não ter o Parque. No jantar eu prefiro a comida caseira de Christiane, minha esposa.

Recomendo nesta sexta, dia 22, tem meus amigos mossoroenses do Mad Grinder tocando na Ribeira, no CCD. Rock em volume alto depois das 10 da noite. Não gosto muito de ver filmes, isso é desde criança, mas gosto de seriados. Ultimamente estou revendo a série ‘Without a trace’ (Desaparecidos) em DVD em casa. É um seriado que durou entre 2002 e 2009 e que trata de pessoas desaparecidas e é bem roteirizado, sem essa violência gratuita tão comum às séries americanas.

Para ler, recomendo com urgência as crônicas de Milton Hatoum em seu livro recente, ‘Um solitário à espreita’. São textos muitas vezes bem humorados e diferentes dos romances dele, de narrativa mais séria, às vezes até demais. Também recomendo a leitura do potiguar Tarcísio Gurgel, pois a obra ‘Belle époque na esquina’ traça um belo apanhado da vida em Natal nas primeiras décadas do século XX.

Sinto falta de uma loja de discos decente em Natal, o que só revela o provincianismo dessa cidade. Mais de 800.000 habitantes e não tem uma loja de discos sequer! Música é cultura e lazer também! Eu me divirto um bocado em uma loja de discos, escutando novos ou antigos sons. João Pessoa tem algumas lojas, Recife também, passo horas dentro delas. A última loja decente que existiu em Natal, a saudosa Velvet Discos, fechou em 2008 e eu ia lá, no mínimo, duas vezes por semana.

De lá para cá, tenho que ir para outras cidades para comprar discos ou pior: usar a net para comprar. Já veio disco errado, arranhado, lacre aberto, caixa quebrada, disco com 90 dias de atraso! Por isso, prefiro mil vezes, ir até um loja e me deparar com algo novo, coisa que Natal não tem…”.

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