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Na Reta Tabajara

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Quem estiver pensando que as obras de duplicação da chamada “Reta Tabajara” (paralisadas há três meses) serão reiniciadas ainda este ano é bom tirar a carruagem do meio do caminho. Pelo que se sabe de Brasília, o tranco vai durar muito tempo ainda. Aliás, essa história da Reta Tabajara dá um romance.  A Reta mesmo, a legítima, é um trecho de menos de 6 quilômetros, da BR-304, localizada num platô, no município de Macaíba. Antigamente a rodovia era conhecida como a “Estrada do Sertão”, que ligava Natal ao Seridó, por um lado, e a Mossoró, por outro. Cada banda numa extensão de uns 250 quilômetros. Elas se separam exatamente no final da Reta (na direção leste /oeste ou nascente/poente), cada uma tomando o seu rumo: a BR-304 para Mossoró, a BR-226 para Caicó.

Com o passar do tempo a mídia inventiva, com o endosso das “artoridades” sem invenção, ampliou os 6 quilômetros legítimos da Tabajara para 26, trazendo-a lá do platô até o viaduto de Parnamirim, atravessando várias curvas até chegar à cidade de Macaíba (extensão de uns 9 quilômetros, começando da ladeira onde termina a Reta). É a única reta do mundo com curvas (são cinco ou seis), motivo para  uma nova atração turística potiguar. Bom, fechando o firo, de Macaíba para Parnamirim são mais 10 quilômetros, estes já duplicados há anos.

O projeto de duplicação deste trecho da Reta até a cidade de Macaíba se arrasta derna de 2009. Três empresas construtoras fazem parte dessa história. Em 2014 a SBS Engenharia e Construção S/A ensaiou no reinicio das obras. Só ciscou os canteiros por um período de 9 meses (gestação falha). Pediu rescisão. No segundo semestre de 2015 a obra foi entregue a Ivaí Engenharia de Obras S/A. Em abril deste ano as obras foram paralisadas. O Tribunal de Contas da União determinou ao DNIT a suspensão das obras por inúmeras irregularidades encontradas na execução do projeto. A fiscalização do TCU apurou:

– a) Projeto executivo deficiente, com potencial de prejuízo para o erário de R$ 68.780.653,36; b) Superfaturamento em razão de medição e pagamento de projeto executivo deficiente no valor de R$ 1.249.150,62; c) Ausência de justificativas técnicas para adoção de soluções de engenharia mais onerosa; d) Indícios de atos de gestão antieconômica. E muito mais.

O DNIT está verificando a melhor forma para atender as exigências do TCU. Seriam tomadas as providências para uma revisão completa do projeto executivo. Qual o tempo que tais providências poderão ser concluídas, as respostas remetidas ao TCU?  O DNIT acha que até o final de julho bate na porta do Tribunal de Contas da União.

 O DNIT tem também outras informações sobre a duplicação do prolongamento da BR-304. Está anunciado para setembro a licitação do trecho “Final da Reta Tabajara até Caiçara do Rio do Vento”, coisa de 61 quilômetros, quase quatro vezes mais que o trecho “Reta-Macaíba”, sem sair do lugar há mais de oito anos. Em novembro haveria licitação de um terceiro trecho, agora o de Caiçara do Rio do Vento (um nome que é um poema) para Angicos. Acrescente mais 70 quilômetros.

Imagine, meu compadre, quando estes dois trechos (131 quilômetros) serão concluídos!  Na pancada da Reta será coisa para a Copa de 2042, Mossoró, quem sabe, uma das subsedes, o Nogueirão ampliado como “arena do sal”.  

De honestidade
Nem tudo está perdido. Ainda resta esperança. Confira o esse imeio que acaba de cair na minha  bacia das almas, enviado por Gelson Gurgel Gomes:

“Woden:
Ao saudá-lo, caro amigo, consista eu principie esta ‘notícia’ com a seguinte informação: Eis que na sexta-feira passada, dia 16, depois de registrar meus ‘palpites’ na Casa Lotérica do Carrefour/Zona Sul, por descuido, desleixo e displicência ‘abandonei’ ali, ao retirar-me, um livro eu na ocasião portava. O exemplar, além do excelente conteúdo literário, continha no interior do seu volume documentos e valores em dinheiro.

Pois bem, e aí vem o objetivo precípuo desta notícia, que decidi tornar pública por seu intermédio mercê da gentileza sua. No dia seguinte, sábado, tarde quase noite uma das funcionárias da lotérica, a senhora Rosângela, esteve na minha residência e entregou o livro om os respectivos agregados. E, ressalto, ‘os adicionais estavam, rigorosamente, intactos’. Extremamente elogiável é o desempenho daquela casa lotérica e a atitude honrosa e invejável dos seus servidores. Estão de parabéns todos – pessoas físicas e jurídica.

A honestidade no Brasil, rara, mas ainda existente, felizmente.
Gelson Gurgel Gomes”

Chuva
Junho vai seguindo chocho e murcho em matéria de chuva por estas bandas do Rio Grande do Norte. No boletim de ontem da Emparn há registro de chuviscos em apenas 6 municípios. O menos fraquinho deles foi em Monte Alegre, no Agreste: 7 milímetros. Em Baia Formosa, Litoral Sul, 6,9.

Pizza
O Governo do Estado anunciou, ontem, com a retumbância de sempre, que depositará amanhã a primeira fatia dos salários de maio dos servidores que ganham mais de 4 mil reais/mês.

O pagamento da segunda fatia não tem data. Talvez, quem sabe, na outra semana, véspera de São Pedro, junho findando, maio distante.

Livro  Anote em sua agenda: amanhã, 22, antevéspera de São João, tem o lançamento do livro de Mardone França, Histórias de menino. São contos e crônicas. Será no Clube de Radioamadores, ao lado da Cidade da Criança, a partir das 18 horas.
O livro sai com o selo da Z Editora, de Osair Vasconcelos, que escreveu a orelha.

Palestra paga  Deu na coluna de Ancelmo Gois, de o Globo:
– Preço salgado. O moçambicano Mia Couto, um dos mais importantes autores de língua portuguesa, virá a Fortaleza, no dia 29, para uma palestra na Unifor. E tem muita gente chiando com o preço da inscrição: R$ 350. Mas Mia merece.

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